Agência Panafricana de Notícias

África pode achar soluções para seus problemas internos, segundo ONU

Addis Abeba, Etiópia (PANA) – África tem experiência para achar soluções para os seus próprios problemas e contribuir para objetivos mundiais de crescimento inclusivo, de justiça social e de proteção do ambiente, indicou domingo o Secretário-Geral (SG) da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon.

"África pode inspirar-se nas realizações para realizar com êxitos as transições complexas em curso", disse Ban Ki-moon na abertura da 20ª Cimeira da União Africana (UA) domingo na capital etíope.

O SG da ONU ressaltou que vários países do continente realizaram importantes progressos na área dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (OMD), enviando mais crianças às escolas, criando mais clínicas para ajudar mulheres a sobreviverem ao parto e elegendo mais mulheres no seio dos Governos e nos postos de tomada de decisão.

Declarou-se no entanto preocupado com centenas de milhões de Africanos que vivem na pobreza.

Ele exortou os líderes africanos a redobrarem de esforços na aproximação da data limite de 2015 para a realização dos ODM, sublinhando que o sucesso depende do seu aproveitamento pelos Governos e pela Sociedade Civil.

"O nosso destino está claro. Um futuro em que as riquezas de África enriqueçam todas as populações africanas. Um futuro onde a má gestão se torne uma má lembrança. Onde os produtos de África sejam comercializados a preços eqitativos no mercado mundial. Onde as parcerias a nível mundial signifiquem uma prosperidade partilhada", prosseguiu o o SG da ONU.

Todos os países africanos registaram um crescimento médio de 5 porcento durante a década passada e vão, segundo estudos das Nações Unidas, registar um crescimento superior a 5 porcento até 2014.

Apesar desta previsão, Ban Ki-moon afirmou que esta alta não deverá constituir um fim em si.

"A riqueza continua entre as mãos duma minoria. A desigualdade é um fator de instabilidade", acrescentou.

O SG da ONU felicitou o grupo africano nas Nações Unidas por levar a Assembleia Geral a adotar a primeira resolução da sua história que exige o fim das mutilações genitais nas mulheres.

Segundo ele, o mundo deve levantar-se contra todas as formas de violência e denunciar os casos de violação sexuais durante conflitos.

"Os Governos devem apoiar as vítimas e pôr termo à cultura da impunidade. Exorto os homens a juntarem-se à minha rede de homens líderes (Network of Men Leaders) e a apoiarem a nossa determinação a pôr termo à violência contra as mulheres", acrescentou.

Relativamente ao conflito no Mali, o patrão das Nações Unidas disse que a sua instituição está determinada a fazer tudo para ajudar o povo deste país como o fazem organizações humanitárias a favor das vítimas.

"As Nações Unidas enviaram especialistas às áreas militares e políticas. É um imperativo moral para toda a comunidade internacional", frisou.

Na sua ótica, o compromisso da ONU é envidar um esforço particular a nível do sistema para restabelecer a paz e a governação, bem como levar a cabo a reforma do setor de segurança, da reconstrução e da cooperação regional.

Falando da Somália, Ban Ki-moon disse que as Nações Unidas e a UA continuam a trabalhar estreitamente pois, disse, uma melhor situação de segurança contribui para a consolidação da democracia na Somália.

Ele anunciou que vai submeter recomendações ao Conselho de Segurança (CS) da ONU sobre uma nova presença onusina na Somália, nomeadamente meios para reforçar a parceria no terreno entre a ONU e a UA.

"Vou fazer tudo para encontrar fundos necessários e urgentes para a AMISOM", prometeu.

-0- PANA AR/VAO/ASA/JSG/IBA/CJB/DD 28jan2013