Agência Panafricana de Notícias

Conflito intensificou-se no oeste do Sudão

Porto Sudão, Sudão (PANA) - O conflito intensificou-se, desde abril último, em Darfur-Norte (oeste), particularmente em El Fasher e no Campo de Zamzam, soube a PANA de fonte oficial. 

Bairros inteiros foram cercados, hospitais bombardeados e estradas bloqueadas, segundo a fonte.

caravanas humanitários foram saqueadas e atacadas, e o acesso à ajuda humanitária está doravante praticamente cortado.

 

A crise provocou a deslocação de centenas de milhares de pessoas. 

Só em abril último, cerca de 400 mil pessoas fugiram de Zamzam, muitas caminhando a pé até 70 quilómetros para chegarem a Tawila. 

Ai já se encontram mais de 500 mil pessoas deslocadas agrupadas em edifícios públicos, algumas dormindo ao relento com poucos mantimentos e pouca água.

0 Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), que, no início do ano de 2025, conseguiu fornecer bens de primeira necessidade em Al-Fasher, vê as suas tentativas de abastecer impedidas pela insegurança.

 As reservas de alimentos terapêuticos prontos para o consumo en Al Fasher estão esgotadas.

As instalações sanitárias de Zamzam e dos seus arredores estão fechadas, enquanto a penúria de água e a falta de saneamento favorecem a propagação da cólera e de outras doenças mortais.

A situação é igualmente alarmante noutras regiões do Sudão, como em Kordofan Norte onde casos de desnutrição aguda e severa   aumentaram 70 por cento, no Estado de Cartum (capital do país) 174 por cento, e no de Al Jazirah 683 por cento.
 

Em Al Jazirah e em Cartum, o aumento da taxa de baixas hospitalares explica-se em parte pela melhoria da segurança e do acesso humanitário, que permite a mães chegarem facilmente aos centros de saúde para obterem ajuda.

Enquanto o Sudão entra num período mais crítico, isto é, entre o fim da colheita passada e o início da sementeira, o risco de mortalidade infantil massiva aumenta rapidamente nas regiões já à beira da fome.

Para agravar a situação, as epidemias de cólera, casos de sarampo e o colapso dos serviços de saúde aumentam a crise e expõem crianças vulneráveis a riscos ainda maiores.

-0- PANA MA/MTA/IS/DD 11julho2025