Agência Panafricana de Notícias

Itália adverte contra ação militar precipitada na Líbia

Tripoli, Líbia (PANA) – O ministro italiano dos Negócios Estrangeiros, Paulo Gentiloni, declinou uma intervirção militar do seu país na Líbia antes dum pedido do Governo de União Nacional, sublinhando que uma “ação militar precipitada” não era a solução ótima e poderia agravar a crise líbia.

Durante uma audição quarta-feira no Parlamento italiano sobre a Líbia, relatada esta quinta-feira por jornais líbios, Gentiloni indicou que qualquer operação militar lançada pela Itália na Líbia será feita em virtude das leis italianas e internacionais com a aprovação do Parlamento italiano e no quadro dum processo patrocinado pelas Nações Unidas que visa formar um Governo unificado.

"A Itália só intervirá na Líbia a pedido do Governo legítimo líbio e após aprovação pelo Parlamento italiano", indicou o chefe da diplomacia italiana, sublinhando que a situação na Líbia continua complicada com o prosseguimento dos combates entre as diferentes fações e a expansão da organização Daech (Estado Islâmico).

No que diz respeito às informações publicadas por vários orgãos de comunicação italianos sobre os preparativos de operações militares na Líbia, Gentiloni indicou que "a ministra da Defesa, Roberta Pinotti, estava a preparar-se para responder caso o Governo líbio peça uma assistência de segurança".

Ele negou, por outro lado, o pagamento dum resgate em troca da libertação de reféns italianos que foram libertos na semana passada após oito meses de detenção na Líbia.

Gentiloni acrescentou que "o Governo italiano não pagará nenhum resgate para a libertação dos italianos", adiantando que "as circunstâncias do rapto continuam a ser misteriosas, pois nenhum grupo reivindicou a responsabilidade pelo rapto e nenhuma prova de implicação do Daech" foi encontrada.

O Governo italiano dirigido por Matteo Renzi está submetido a uma forte pressão para intervir militarmente na Líbia devido à deterioração da segurança e ao fracasso dos esforços para formar um Governo unificado.

Roma permitiu a drones norte-americanos utilizar as suas bases na Sicília para lançar operações militares contra o Daech na Líbia e na África do Norte.

-0- PANA BY/JSG/FK/TON 10março2016