Agência Panafricana de Notícias

Irmãos Muçulmanos exigem desculpas por violência contra manifestantes no Egito

Cairo, Egito (PANA) – Os Irmãos Muçulmanos instaram o Governo egípcio a desculpar-se pela violência das forças de segurança contra os manifestantes no Largo Tahrir, no Cairo, e em outras cidades, no fim de semana, que eles consideram como um crime.

Os atos de violência dos últimos três dias, enquanto os cidadãos se manifestavam contra um atraso percebido no quadro da aplicação do programa de transição política pelo Governo interino, fizeram 10 mortos e mil e 700 feridos, segundo o Ministério egípcio da Saúde.

Num comunicado oficial, o Partido para a Liberdade e Justiça dos Irmãos Muçulmanos advertiu igualmente contra o adiamento das eleições legislativas de 28 de novembro sob qualquer pretexto que seja.

Os dirigentes interinos asseguraram que as eleições vão decorrer na data prevista.

No quadro de outras reações às mais maiores manifestações contra o regime no Egito desde a revolução de 25 de janeiro, o Partido Salafista Nour instou os seus apoiantes a deixar o Largo Tahrir e evitar o confronto com as forças de segurança.

O Partido Al Wassat, um outro movimento islamita, convidou os dirigentes do Conselho Militar Interino a fixar para 28 de abril próximo a data das eleições presidenciais e ao regresso das tropas aos quartéis, denunciando a violência contra os manifestantes.

Para além disso, o Al Wafd, o maior antigo partido liberal do Egito, acusou « mãos estrangeiras » de tentar bloquear a transição egípcia para a democracia, inventando conflitos a apenas uma semana das primeiras eleições do período pós-revolução no Egito.

Por seu turno, a Frente Nacional para uma Mudança Pacífica apelou para a formação dum Governo de Unidade Nacional para « salvar » a revolução de janeiro.

O Movimento dos Jovens de 6 de abril tem a mesma posição que a Frente Nacional para uma Mudança Pacífica relativamente às últimas manifestações.

Domingo, o Conselho Nacional Egípcio convidou todos os partidos políticos à calma e a evitar o confronto com os dirigentes interinos do país cujas promessas de não prolongar o período de transição neste país da África do Norte qualificou de "honestas".

-0- PANA MI/SEG/FJG/JSG/MAR/IZ 21nov2011