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Zâmbia pede aos Estados Unidos para dissiparem controvérsia sobre sua dívida com China

Lusaka, Zâmbia (PANA) – A Zâmbia pede aos Estados Unidos para retirarem uma parte da declaração do seu conselheiro nacional para a Segurança, John Bolton, segundo a qual a China tenciona recuperar certas empresas estatais zambianas por o Governo zambiano estar incapaz de reembolsar a sua dívida.

O pedido consta de uma carta oficial de protestos ao Governo norte-americano, segundo o ministro zambiano dos Negócios Estrangeiros, Joseph Malanji, citado esta terça-feira pelo jTimes of Zambia, diário nacional.

A Zâmbia não deseja ver as suas relações diplomáticas calorosas com os Estados Unidos deteriorarem-se por causa de uma desinformação, noticiou o jornal, citando novamente o governante.

Na sua declaração, na semana passada, sobre a nova estratégia política dos Estados Unidos para com África, Bolton disse que a Zâmbia deve à China entre seis e 10 biliões de dólares americanos e que ela está ao ponto de perder a empresa nacional de eletricidade, ZESCO, a favor da China, como forma de reembolsar a sua dívida.

Segundo Malanji, o Governo zambiano está dececionado por ouvir declarações tão inexatas na boca dum responsável americano de alto nível.

Segundo ele, Bolton faria melhor se verificasse esta informação junto da Embaixada norte-americana em Lusaka, a capital zambiana.

"Nenhum bem muito menos uma empresa estatal está a ser hipotecado, pois eles não foram utilizados como garantia da dívida", indignou-se o chefe da diplomacia zambiana num comunicado de imprensa.

Malanji qualificou as declarações de Bolton de "uma desinformação" que mancha a imagem da política estrangeira norte-americana, na medida em que a Zâmbia mantém relações bilaterais e multilaterais cordiais com o Governo norte-americano.

Por sua vez, o embaixador norte-americano na Zâmbia, Daniel Foote, disse, num comunicado publicado em Lusaka, que, apesar de não ter nenhum dado sobre a hipoteca da ZESCO, a Casa Branca (Governo americano) referiu-se a numerosas informações e iniciativas que a China já lançou noutros países neste sentido.

-0- PANA MM/MA/NFB/JSG/FK/DD 18dez2018