Agência Panafricana de Notícias

Vivas tensões sobre futuro incerto do Presidente sul-africano

Cidade do Cabo, África do Sul (PANA) – Vozes ergueram-se para pedir ao Presidente sul-africano, Jacob Zuma, para se demitir, constata-se no local.

A Aliança Democrática (DA), oposição oficial, pediu quarta-feira ao Parlamento para solicitar o adiamento do discurso sobre o Estado da Nação a ser proferido a 8 de fevereiro corrente pelo chefe de Estado sul-africano, enquanto se aguarda pela sua substituição.

Os Combatentes pela Liberdade Económica (EFF, sigla em inglês), uma grande formação da oposição, formulou a mesma reivindicação exigindo que uma moção de desconfiança contra a Presidência de Zuma seja objeto de debate no dia em que ele pronunciar o seu discurso.

O líder dos EFF, Julius Malema, declarou que «não houve verdadeiras mudanças políticas nem decisões judiciais que justificassem uma sessão urgente do Parlamento no sentido de adotar uma moção de censura contra Jacob Zuma ».

O Movimento Democrático Unido apelou para uma mobilização de todos os partidos da oposição nesta sexta-feira para discutir sobre a proposta de votação da moção de censura feita pelos EFF.

Nos últimos anos, os discursos sobre o Estado da Nação pronunciados por Zuma foram marcados por manifestações caóticas que saldaram, muitas as vezes, numa onda de violência.

O líder da DA, Mmusi Maimane, declarou que não interessa a África do Sul que Zuma pronuncie o discurso sobre o Estado da Nação num contexto de grande incerteza relativamente ao seu futuro à frente do Estado sul-africano.

Zuma está mergulhado numa série de graves escândalos, nomeadamente financeiros, que quase dividiam o Governo.

Consequentemente, a sua força política foi sensivelmente reduzida, precisamente em dezembro último, com a ascensão à direção do seu partido, o Congresso Nacional Africano (ANC, sigla em inglês), do seu Vice-Presidente, Cyril Ramaphosa, apologista da luta contra a corrupção.

Apesar de Zuma continuar a ser o Presidente deste país, ele já não é o líder do ANC, partido no poder, situação semelhante à que o seu antecessor, Thabo Mbeki, se encontrara em 2008.

-0- PANA CU/VAO/ASA/BEH/FK/DD 1fev2018