Agência Panafricana de Notícias

Violência impede trabalho da missão da paz em Darfur

Addis Abeba- Etiópia (PANA) -- Os últimos combates entre as tribos de guerra de Darfur, oeste do Sudão, complicaram o trabalho dos "soldados da paz" que não podem intervir diretamente na linha da frente, indicou quarta-feira um responsável da Missão Conjunta das Nações Unidas e União Africana em Darfur (MINUAD).
Os combates em Darfur custaram a vida a 500 pessoas durante este mês, indicou terça-feira à PANA um porta-voz da MINUAD, Chris Cucmanick.
Ele indicou que a força baseada em Darfur tenta reconciliar as tribos rivais de Misseriya e de Rezeigat Nouaiba, mas que ela não pode implicar-se diretamente nos seus combates sem ser considerada como parte do conflito em Darfur.
As duas tribos assinaram um acordo para pôr termo a meses de hostilidade.
O número de pessoas mortas em combates entre as duas tribos estimou-se em 200 pessoas, segundo o responsável, enquanto milhares de pessoas foram deslocadas das suas casas pelos recentes combates em Darfur.
A violência em Darfur intensificou-se recentemente depois que o maior grupo rebelde, o Movimento para a Justiça e Igualdade (JEM), deixou a mesa de negociações em Doha destinadas a pôr termo ao conflito de Darfur.
A MINUAD levou os sábios das tribos a discutir iniciativas de paz antes de se engajar em combates.
Terça-feira, um acordo de paz foi assinado, marcando o início da reconciliação entre as duas tribos.
O acordo foi assinado em Zalingei, em Darfur-oeste.
Um comité de reconciliação foi criado, a 29 de Abril passado, que implica as administrações e os líderes locais bem como a MINUAD e o Conselho de Paz e Reconciliação de Darfur para assistir as tribos no alcance dum acordo de paz duradouro.
No mês passado, foi organizada uma conferência em Zalingei para tentar identificar as causas do conflito e discutir as vias da sua resolução.
Os combates tribais na região sudanesa de Darfur agravaram-se estes últimos meses, o que fez de 2010 o ano mais violento em Darfur desde o início da guerra civil.
A rebelião eclodiu em 2003 quando os dois clãs rivais se envolveram numa luta pela posse de pontos de água e de terras de pasto para o seu gado.