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União Africana lança Universidade Pan-africana

Cartum, Sudão (PANA) – A Universidade Pan-africana foi oficialmente lançada durante uma cerimónia em Addis Abeba, na Etiópia, anunciou a União Africana (UA) num comunicado publicado quinta-feira.

Segundo o comunicado, o presidente da Comissão da UA, Jean Ping, qualificou a Universidade Pan-africana (PAU) de « grande aventura » na qual ele está pessoalmente engajado.

« Cabe a África, enquanto berço da humanidade, cultivar a excelência e esforçar-se para ocupar o seu verdadeiro lugar no concerto das nações », declarou.

Jean Ping sublinhou que num contexto mundial caraterizado por crises sucessivas e a redução consequente dos recursos financeiros e humanos do continente, a UA enfrenta o desafio da criação de Centros para a Excelência Africana no Ensino Superior, « graças à colaboração dos Estados membros, reforçando assim o espírito pan-africanista e a visão de África e dos povos ».

Ele lembrou que os chefes de Estado africanos tinham tomado importantes decisões em recentes cimeiras destinadas a acelerar o desenvolvimento e a integração regional do continente, permitindo assim a visibilidade acrescida da ciência e da tecnologia no discurso oficial ao mais alto nível.

« A criação da União Africana em 2002 acompanhou-se do estabelecimento no seio da Comissão de oito departamentos técnicos, incluindo o dos Recursos Humanos, da Ciência e da Tecnologia, cuja missão consiste em dirigir, promover e coordenar os programas científicos e tecnológicos da UA », afirmou.

Jean Ping indicou que um dos principais obstáculos ao desenvolvimento de África é a falta de recursos humanos qualificados, que abrandou a progressão da realização dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM).

"A falta de pessoal docente qualificado tornou as universidades africanas geralmente menos competitivas, o que causou uma fuga de cérebros do continente. Segundo uma classificação de 2008 das universidades do mundo, apenas quatro universidades africanas figuram no topo 500 e apesar do fluxo dos estudantes nas universidades africanas apenas seis porcento dos Africanos têm acesso ao ensino superior, comparado a uma média mundial de 30 porcento", sublinhou.

« Isto é deplorável, tendo em conta a correlação reconhecida entre a percentagem duma população que fez estudos universitários e os progressos económicos e sociais da sociedade », declarou.

A Universidade Pan-africana vai criar instituições de excelência em matéria científica, de inovação tecnológica, de ciências sociais, de ciências humanas e de governação, que vão formar uma base sólida para os estudos superiores e a pesquisa.

Segundo Jean Ping, « a Universidade Pan-africana permitirá a África tomar o seu verdadeiro lugar no conhecimento mundial ».

Três instituições especializadas foram inauguradas quarta-feira. Trata-se do Instituto para a Governação, Ciências Humanas e Ciências Sociais da África Central, baseado na Universidade de Yaoundé II em Soa, nos Camarões, do Instituto das Ciências de Base, Tecnologia e Inovação da África Oriental, sediado na Universidade Jomo Kenyatta de Agricultura e Tecnologia no Quénia e do Instituto para as Ciências da Vida e da Terra da África Ocidental, baseado na Universidade de Ibadan, na Nigéria.

O presidente da Comissão da UA exprimiu o seu reconhecimento à Alemanha, à Bélgica, à Suécia, à União Europeia e à Índia pelos seus compromissos concretos a apoiar a Universidade Pan-africana.

Os responsáveis das três instituições foram apresentados ao presidente da Comissão da UA, que os convidou a dirigí-las com « excelência e integridade ».

-0- PANA MO/SEG/FJG/TBM/MAR/TON 15dez2011