Agência Panafricana de Notícias

União Africana enaltece legado de Mandela a África

Addis Abeba, Etiópia (PANA) - A Comissão da União Africana (CUA), que deplora a morte do ilustre líder mundial Nelson Mandela, prestou homenagem ao legado deste antigo Presidente sul-africano, sobretudo o seu combate para a promoção da democracia, da liberdade e da igualdade no continente inteiro.

"Mandela permanecerá um ícone da sabedoria nas memórias, pela sua capacidade de mudar as coisas e pelo seu poder de reconciliação", afirmou o diretor adjunto da Comissão da União Africana, Eratus Mwencha.

"A vida e o que deixamos atrás, em termos de motivação, inspiração e engajamento, são os melhores legados que um Africano pode deixar aos seus filhos de África", precisou, revelando que Mandela conseguiu, muito cedo, crescer numa sociedade que não reconhecia a sua existência, negava a sua condição humana e a sua dignidade, zombava a sua liberdade, recusava-lhe a sua oportunidade e relegava-o para o segundo plano.

Tendo em conta estas condições, Mandela bateu-se, apesar de tudo, criando para si oportunidades lá onde ninguém se distinguiu pela sua dedicação constante, pela sua fé, pela sua visão e pela sua determinação de libertar o seu povo e a humanidade.

"O maior presente de Mandela à humanidade resume-se ao sacrifício, ao amor e ao respeito. Desde a sua libertação da prisão em 1990 até à sua morte, a maior lição que o mundo reteve dele é a liberdade para todos, uma liberdade que vai para lá da liberdade individual e transcende o homem", sublinha Mwencha.

Ele citou Mandela dizendo que "a liberdade não só significa ser tirado das suas cadeias, mas saber levar a cabo uma vida que respeite e permita a liberdade dos outros".

Sobre o seu legado aos Africanos, o representante da CUA revelou que Mandela se bateu para que África avançasse, considerando que embora a morte de Mandela seja uma grande perda para África, o continente inspirou-se da sua vida e do seu legado, neste sentido que ele provou que era possível, mesmo nas condições mais delicadas, operar duradouramente uma mudança na paz e na estabilidade.

"Graças às suas escolhas, o continente registou progressos, partindo das décadas de lutas e do Apartheid para um futuro de grande esperança, de liberdade e de igualdade das raças.

"Na paz e na estabilidade, Mandela mostrou que o 'Nós' é mais importante que o 'Eu'. A sua vida política é simbolizada pelo "Nós" e tornou a África do Sul politicamente estável, depois do Apartheid num processo de paz e de reconciliação", disse Mwencha.

Enquanto África celebra a vida de Mandela, ela deverá fazer com que o seu legado vai inspirar a obra da UA na sua vontade de construir uma África integrada, próspera e pacificada.

Mwencha lembrou também uma citação de Madiba por ocasião duma cimeira da UA, em Ouagadougou, no Burkina Faso, quando afirmou que "as futuras gerações podem e devem afirmar (...) que os nossos países e povos estão condenados a realizar um único destino para o nosso continente. Este destino requer de nós uma gestão da questão relativa à paz e à estabilidade como tendo um desafio que partilhamos no seio do continente".

-0- PANA AR/VAO/PBA/SSB/MAR/IZ 8Dez2013