Agência Panafricana de Notícias

UNITA descarta coligação eleitoral em Angola

Luanda, Angola (PANA) - A UNITA, principal partido da oposição em Angola, descartou a possibilidade de vir a integrar uma coligação eleitoral com outras forças políticas da oposição na corrida às eleições gerais de agosto deste ano.

Segundo o seu líder e candidato presidencial, Isaías Samakuva, uma tal escolha a seis meses da realização do sufrágio pode pôr em risco "o sonho da vitória e da alternância do poder", alimentado desde 1992.

Falando em entrevista à TV Zimbo, terça-feira, Samakuva lembrou que a ideia da coligação eleitoral é ensaiada desde 2008, mas que fracassa sempre às vésperas das eleições, por divergência de interesses.

No seu entender, esse passo exigiria a extinção dos partidos interessados e a adoção de nova designação e de um cabeça-de-lista único, que precisaria de ser divulgado pelo país, em apenas seis meses, tempo que ele considera insuficiente.

Entretanto, mostrou a disponibilidade da UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola) para integrar uma plataforma pós-eleitoral.

Após derrotas eleitorais sucessivas (1992, 2008 e 2012), Samakuva afirmou que o seu partido "tem condições para ganhar o sufrágio de 2017" e anunciou que, a acontecer, convocará eleições autárquicas em 2018.

Disse que a sua formação política tem um programa eleitoral que "responde aos interesses do país" e pensa dar grande enfoque ao aspeto da educação, saúde e formação de quadros.

Defendeu um sistema económico que ajude a promover a agricultura e o empreendedorismo, potenciando quadros de profissões liberais, como sapateiros, pedreiros e canalizadores, para melhorar a renda familiar.

Quanto à lista da UNITA para as eleições gerais de 2017, confirmou que esta será conhecida em março próximo e da qual ele será o cabeça-de-lista, e o atual vice-presidente do partido, Raúl Danda, o segundo.

Nessa lista, o partido pensa incluir cidadãos independentes, em maior número que em 2012, prometeu o político.

Durante a entrevista, Isaías Samakuva advertiu que o seu partido "não admitirá fraude" e que tomará medidas constitucionalmente previstas para impedi-la.

A este propósito, considerou que o candidato do partido no poder (MPLA) a Vice-Presidente da República, Bornito de Sousa, devia renunciar, por ser parte da organização do registo eleitoral.

Esta é a quarta vez que Angola realiza eleições gerais multipartidárias, desde a Independência alcançada em 11 de novembro de 1975.

As primeiras tiveram lugar em setembro de 1992, após o fim do conflito armado e do sistema de partido único que vigoravam no país desde a Independência até aos Acordos de Paz de Bicesse de 31 de maio de 1991, que introduziram a democracia multipartidária.

-0- PANA ANGOP/IZ 24fev2017