Agência Panafricana de Notícias

UE financia projetos de ONG de promoção de atividades sociais em Cabo Verde

Praia, Cabo Verde (PANA) - A União Europeia (UE) disponibilizará 276 milhões de escudos (cerca de 2,36 milhões de euros) para financiar cinco novos projetos sociais em Cabo Verde, apurou a PANA, quinta-feira, na cidade da Praia, de fonte segura.

Os projetos pertencem a Organizações Não Governamentais (ONG), selecionadas por concurso público e que têm por objetivo promoverem os direitos, a participação e a inclusão socioeconómica das camadas mais vulneráveis da sociedade cabo-verdiana, de acordo com a fonte, declarou a embaixadora da União Europeia (UE) em Cabo verde, Sofia de Sousa,

Em declarações à imprensa, à margem da cerimónia pública de apresentação da assinatura de protocolo de cinco novos projetos financiados no âmbito do programa temático para as Organizações da Sociedade Civil e Autoridades Locais 2019/2020, Sofia de Sousa  frisou que "não foi fácil escolher entre projetos candidatos, por serem todos muito interessantes."

São cinco projetos selecionados que vão trabalhar em áreas como a proteção e promoção dos direitos das crianças e dos grupos sociais mais vulneráveis, a proteção e promoção das pessoas com deficiência neurológica, a inclusão socioeconómica de jovens reclusos e a integração, na sociedade, de ex-reclusos também, e a promoção da segurança alimentar, explicou.

Para a representante da UE, “o facto de muitos outros terem ficado de fora é motivo para nós de tristeza”.

Afirmou que “gostaríamos de ter a possibilidade de abarcarmos a todos, mas, por outro lado, é motivo de alegria, os cinco grandes projetos seleccionados”

Sofia Moreira de Sousa  disse acrditar que eles darão “um contributo importante para o desenvolvimento sustentável em várias ilhas de Cabo Verde.

Dois deles, com componentes muito fortes de sensibilização, de consciencialização das autoridade e de apoio à fomentação dos direitos e da inclusão, e três serão mais especializados em algumas ilhas em concreto, acrescentou.

A diplomata europeia avançou que, nesta edição, foram selecionados cinco projetos pertencentes a ONG europeias, que estão em Cabo Verde há vários anos e que detém experiências suficientes para a implementação dos mesmos.

Há ONG europeias e uma cabo-verdiana. As europeias são pessoas que estão cá presentes, vivem cá há muitos anos, com exceção de uma, portanto, são organizações que conhecem o terreno, têm as parcerias já estabelecidas com as autoridades locais e têm equipas aqui e todos estes projetos não há nenhum deles que não seja um consórcio com organizações locais, declarou.

No entanto, questionada sobre o motivo da seleção de organizações europeias e não cabo-verdianas, explicou que o objetivo da UE é efetivamente beneficiar diretamente as organizações locais, mas que, de acordo com dados das edições anteriores, as mesmas não conseguiram efetivar a sua implementação.

E para que as organizações locais sejam igualmente escolhidas no concurso público ela elucidou que as mesmas têm que cumprir todos os critérios exigidos.

Entretanto, a representante da UE assinalou que uma das exigências às organizações que ganharam o concurso é trabalharem com as organizações cabo-verdianas.

Uma forma, no seu entender, que irá capacitar as organizações locais, perspetivando, por outro lado, que as mesmas possam, se assim entenderem,  na próxima edição concorrerem ao financiamento.

As organizações selecionadas foram o Instituto Marquês de Valle Flôr, através do “Projeto de promoção da inclusão de crianças e jovens com deficiências neurológicas”, a associação do Movimento África 70, com o projeto “Rede social para igualdade das mulheres e dos jovens no desenvolvimento socioeconómico” e a Cooperazione per Sviluppo Paesi Emergenti com “PESSOAS: Participação e Serviços Sociais Operacionais, Acessíveis, Sustentáveis”, disse.

Consta ainda do acordo de financiamento, prosseguiu, a European Partnership for Democracy com “Djuntu pa igualdadi! Uma resposta participativa à violência baseada no género em Cabo Verde” e Amigos da Natureza, com “Aliança para o Direito Humano à Alimentação Adequada e Iniciativas de Empoderamento de Jovens e Mulheres Rurais”.

Os projetos, a serem implementados em todas as ilhas de Cabo Verde, apoiam o trabalho das associações comunitárias e municípios.

-0- PANA CS/DD 14fev2020