Agência Panafricana de Notícias

UE defende diálogo no Togo após atos de violência

Cotonou, Benin (PANA) - A União Europeia (UE) apela às partes desavindas no Benin para empreenderem um diálogo na sequência da violência observada após as eleições legislativas de domingo último neste país, boicotadas pela oposição.

"Perante as tensões dos últimos dias, é importante que todas as partes dialoguem para ultrapassarem o seu diferendo e preservarem o património democrático do Benin", afirmou neste fim de semana o porta-voz da UE, numa declaração a que PANA teve acesso.

No Benin, as eleições legislativas de 28 de abril encerraram o primeiro processo eleitoral em que os partidos da oposição não participaram pela primeira vez, desde a conferência nacional de 1990, na sequência da proclamação da nova lei eleitoral, segundo a declaração.

"Os esforços para se chegar a um consenso, que permita a participação de todos os atores políticos antes da data da eleição, falharam. A eleição, que não foi inclusiva, gerou uma baixa participação histórica e foi marcada por atos de violência", lamentou o porta-voz europeu.

Com efeito, apenas os candidatos da União Progressista e do Bloco Republicano, dois partidos da maioria presidencial, participaram no escrutínio que devia eleger os 83 deputados da Assembleia Nacional.

Assim sendo, a oposição, excluída da corrida, devido à interpretação dos textos resultantes das reformas políticas, apelou ao seu boicote.

Três dias após as eleições, a tensão, até então limitada a algumas localidades do norte e centro do país, alastrou-se a Cotonou, a capital económica, na sequência de rumores de uma tentativa de detenção do ex-Presidente beninense, Boni Yayi (2006-2016).

O movimento da multidão, que se seguiu a estes rumores, saíu à rua da residência de Boni Yayi e nos arredores, dando azo a uma situação de motim popular, de que resultaram a morte de três pessoas, o ferimentos de alguns e  enormes danos materiais, além da detenção de vários manifestantes.

O ministério do Interior e a Polícia sustentam que não existem planos para prender o antigo Presidente e que a polícia se deslocou ao local da manifestação por causa da formação progressiva da multidão, cujo pedido de se manifestar não foi dirigido às autoridades competentes.

Controlado quarta-feira última à noite, o movimento retomou um dia depois  em algumas áreas circundantes, onde a polícia teve de intervir para estabelecer a calma ao início da tarde.

-0- PANA IT/JSG/CJB/DD 4maio2019