Agência Panafricana de Notícias

UE continua a ajudar Líbia a gerir migração clandestina

Tripoli, Líbia (PANA) – A União Europeia (UE) está determinada a continuar a ajudar as autoridades líbias a gerirem o dossiê da migração e controlarem as fronteiras, declarou o comissário europeu para a Migração, Assuntos Internos e Cidadania, Dimitris Avramopoulos.

Durante uma conferência de imprensa quarta-feira à noite em Bruxelas, para apresentar as “realizações” do executivo europeu no domínio da emigração nos últimos anos, Avramopoulos considerou estes dois problemas como os mais candentes na Líbia, devido à fase difícil prevalecente no país.

A Comissão tem absolutamente razão de ajudar autoridades líbias, Organizações Não Governamentais, agências internacionais e todos os que trabalham no terreno a melhorarem a situação dos migrantes na Líbia, noticiaram esta quinta-feira vários jornais líbios, citando Avramopoulos.

O comissário europeu passou em revista "os resultados da cooperação da União com a Líbia e organizações internacionais no domínio das migrações”, sublinhando “o repatriamento, realizado com êxito, de 36 mil migrantes da Líbia  para os seus países com toda segurança, desde 2017, bem como a transferência de 300 mil outras pessoas para a reinstalação noutras zonas”.

Atenuando críticas sobre a cooperação entre instituições da UE e a Líbia, o comissário europeu disse que "nós trabalhamos com as autoridades líbias para desenvolvermos  processos jurídicos no domínio da gestão das migrações”.

Sublinhou que a Comissão quer ajudar os Líbios a elaborarem leis e realizarem infraestruturas que lhes permitam acolher pessoas salvas nas suas águas territoriais e  colocá-las em centros de acolhimento que respeitem os direitos humanos.

A Líbia e países vizinhos, nomeadamente Tunísia, Argélia e Marrocos, recusaram-se categoricamente à criação, nos seus territórios respetivos de campos de instalação e de readmissão de migrantes clandestinos, proposta pela UE.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) afirma que a assistência fornecida às autoridades líbias contribuiu para a redução dos fluxos migratórios com destino à Líbia, nomeadamente através da formação dada ao pessoal dos guardas costeiros.

Confrontada com a insegurança desde a revolução de 17 de fevereiro de 2011, que seis meses depois derrubou o então regime de Muamar Kadafi, a Líbia tornou-se num dos principais países donde partes várias ondas de migrantes clandestinos para a Europa.

Quase 650 mil migrantes estão presentes na Líbia, dos quais mais de cinco mil em centros de  detenção, segundo estatísticas da Organização Internacional para as Migrações (OIM).

-0- PANA BY/JSG/FK/DD 7março2019