Agência Panafricana de Notícias

UE considera chocante e trágico ataque contra centro de detenção de emigrantes em Tripoli

Trípoli, Líbia (PANA) – A União Europeia (UE) qualifica de “chocante e “trágico” o ataque contra um centro de detenção de emigrantes clandestinos em Tripoli, juntando-se às Nações Unidas para reclamar por um inquérito independente obre o sucedido.

Num comunicado publicado quarta-feira, a UE afirma que este ataque "lembra o custo humano do conflito na Líbia, bem como a situação desastrosa e vulnerável dos emigrantes bloqueados na espiral da violência no país.

A violência contra civis, incluindo refugiados e emigrantes, é totalmente inaceitável e nós deploramo-la com a maior firmeza, lê-se na nota.

A UE advogou, várias vezes, a cessação das hostilidades e o respeito pelo direito internacional humanitário.

"A União Europeia aderiu ao apelo lançado pelas Nações Unidas para  se investigar imediatamente sobre autores deste horrível ataque. Os responsáveis deverão responder pelos seus atos", de acordo com o comunicado.

Assinado pela sua alta representante/vice-presidente, Federica Mogherini, pelos comissários Johanned Hahn e Dimitris Avramopoulos, o comunicado lembra que “durante todo este conflito, a UE,  em estreita colaboração com as Nações Unidas e no quadro do grupo de trabalho UA (União Africana)-UE-Nações Unidas sobre a Líbia, esforçou-se para proteger os Líbios, os refugiados e os emigrantes", indica o texto.

 

A UE disse ter procurado evacuar os refugiados e os emigrantes dos centros de detenção situados próximo da linha da frente.

"Na medida do possível, nós permitimos-lhes encontrarem segurança fora da Líbia. Estes esforços devem ser continuados e intensificados  com urgência”, defende o documento.

A UE deplora que muitos outros estejam em perigo, considerando que eles deverão ser rapidamente transferidos para locais seguros a fim de poderem receber ajuda e ser evacuados.

Reiterou o seu apelo a todas as partes em conflito para o respeito pelo direito internacional humanitário a fim de permitirem um acesso incondicional aos atores humanitários.

Lembrou a sua posição sobre o sistema de detenção dos emigrantes na Líbia, frisando que o mesmo deve terminar.

A seu ver, a migração deve ser gerida com o estrito respeito pelas normas internacionais, incluindo em matéria de direitos humanos.

"Este ataque mostra igualmente a necessidade dum cessar-fogo no conflito líbio. A UE continuará a dar o seu apoio mais completo à ONU e ao seu representante especial, Ghassan Salamé, a fim de buscar uma resolução política. Todos os parceiros regionais e internacionais deverão igualmente dar o seu apoio à realização da paz na Líbia”, sublinha o comunicado.

Um ataque aéreo visou um centro de acolhimento para emigrantes clandestinos, onde estavam concentrados 660 indivíduos, em Tajoura, nos arredores do leste de Tripoli, fazendo 44 mortos e 130 feridos.

-0-PANA BY/BEH/SOC/FK/DD 4julho2019