Agência Panafricana de Notícias

UA rejeita golpe de Estado na RCA

Addis Abeba, Etiópia (PANA) – A União Africana (UA) rejeitou o golpe de Estado na República Centro Africana (RCA), onde os rebeldes da aliança Seleka tomaram o poder este fim de semana na sequência duma ofensiva contra a capital, Bangui.

Em conformidade com a posição da UA face à mudança anticonstitucional de Governo, sanções deverão ser tomadas automaticamente, incluindo a suspensão dos membros do novo Governo de todas as atividades da organização e o isolamento total dos autores do golpe.

Ao reagir à evolução da situação na RCA, a presidente da Comissão da UA, Nkosazana Dlamini-Zuma, apelou para «uma ação africana coletiva, unificada e firme» para fazer face a esta situação.

Segundo Dlamini-Zuma, este golpe de Estado é um «desafio» à ordem constitucional na RCA, além de minar as conquistas registadas nos processos de democratização no continente.

«A decisão dos líderes da Seleka de recorrer à força constitui um sério desafio à autoridade individual e coletiva dos chefes de Estado da região, que foram ativamente envolvidos na busca duma solução política», afirmou a presidente da Comissão da UA num comunicado transmitido à PANA em Addis Abeba.

O Conselho de Paz e Segurança da UA (CPS) convocou uma reunião de emergência para discutir a situação na RCA.

A UA insistiu que a tomada do poder pela força constitui uma violação flagrante do sua Ata Constitutiva, da sua constituição e da Declaração de Lomé sobre as Mudanças Anticonstitucionais de Governo, bem como da Carta Africana sobre a Democracia.

Os rebeldes da aliança Seleka lançaram a sua campanha em dezembro de 2012, mas enquanto se aproximavam da capital, Bangui, a Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC) facilitou a assinatura dum acordo de paz em Libreville, a capital gabonesa, que pôs
termo ao seu avanço.

No entanto, os rebeldes retomaram a sua ofensiva depois de acusar o Presidente François Bozizé de violação dos termos do acordo de Libreville.

A RCA, um país pobre de cinco milhões de habitantes, apesar dos recursos naturais abundantes, regista crises cíclicas desde a sua ascensão à independência de França em 1960.

-0- PANA AO/SEG/NFB/JSG/FK/TON 25março2013