UA quer harmonizar calendário cultural em África

Paris- França (PANA) -- O Observatório das Políticas Culturais em África (OCPA) foi encarregue pela União Africana (UA) de coordenar o calendário das grandes manifestações culturais africanas a fim de pôr termo à sobreposição actual, soube a PANA segunda-feira em Paris junto daquela Organização não Governamental especializada em cultura em África.
"A pedido da UA, nós procedemos ao recenseamento das instituições culturais panafricanas.
Vamos, agora, passar para uma outra fase com vista a harmonizar, também a pedido da UA, o calendário dos festivais e doutras manifestações culturais em África", disse o director executivo do OCPA.
A vida cultural africana é ritmada, de Janeiro a Dezembro, por festivais de todas as espécies organizados por Estados ou instituições governamentais, sem nenhuma harmonização, deplora a União Africana.
"O nosso mandato visa justamente pôr termo a esta sobreposição que não é do interesse da criação cultural em África.
Melhor ainda, a UA pediu-nos igualmente conselhos sobre como orientar melhor as políticas culturais em África", explicou Mbuyamba.
Sublinhando a importância da entrada em vigor efectiva da Convenção sobre a Diversidade Cultural, ele considerou que o OCPA será levado a desempenhar um papel determinante de acompanhamento dos Estados africanos.
"O OCPA foi, neste sentido, oficialmente solicitado através duma correspondência da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
A aplicação desta convenção necessitará dum apoio das instituições não estatais aos Estados africanos.
É neste ponto que o OCPA pretende agir", prosseguiu Mbuyamba.
Ele insistiu, por outro lado, nas oportunidades que a Convenção oferece aos países do Sul, citando, entre outras vantagens, a possibilidade de exercer o direito à circulação e à colocação dos produtos culturais.
"O orçamento votado para a aplicação da Convenção pela UNESCO não será, sem dúvida, suficiente.
É preciso então entrar em parcerias para exitar neste trabalho.
O OCPA, que tem uma longa tradição de trabalho com a UA, pretende participar activamente na sua aplicação", declarou ainda o director executivo da ONG.
Uma ONG jovem sediada em Maputo, em Moçambique, o OCPA ajuda os Estados africanos a definir e a aplicar políticas culturais tendo em conta os impactos internacionais, incluindo a crise económica.
A ONG está a tentar sobretudo convencer estes Estados a atribuir maior interesse à cultura, considerando que este sector pode ser transformado numa indústria capaz de criar empregos e receitas públicas.