Agência Panafricana de Notícias

UA pede julgamento de autores de massacre na Guiné-Conakry

Addis Abeba- Etiópia (PANA) -- Os chefes de Estado e de Governo africanos defenderam terça-feira em Addis Abeba o julgamento dos responsáveis dos massacres e das violações ocorridas durante a repressão por militares dum comício da oposição a 28 de Setembro de 2009 em Conakry.
Ao encerrar a sua 14ª sessão ordinária (Cimeira) em Addis Abeba, na Etiópia, terça-feira, os dirigentes condenaram firmemente os "massacres deliberados e os actos de violência perpetrados por elementos das Forças Armadas e de segurança contra civis não armados no estádio 28 de Setembro de Conakry".
Eles declararam que os autores deste massacre, no qual 156 pessoas foram mortas ou desaparecidas e 109 mulheres violadas, e os seus mandantes deviam ser julgados em conformidade com os princípios da União Africana sobre a luta contra a impunidade.
A ONG Human Rights Watch, sediada em Nova Iorque, declarou que o massacre e as violações eram premeditadas e foram perpetradas essencialmente pela Guarda Presidencial, mais conhecida sob o nome de "boinas vermelhas".
Uma missão da ONU que inquiriu sobre o massacre e as violações concluiu que o chefe da Junta, Moussa Dadis Camara, e alguns dos seus próximos colaboradores deviam ser julgados diante do Tribunal Penal Internacional por "crimes contra a humanidade".
No quadro dum acordo assinado em Ouagadougou, no Burkina Faso, a 15 de Janeiro de 2010, um primeiro-ministro civil foi designado nas fileiras da oposição, enquanto o general Sékouba Konaté - adjunto do líder da Junta - tomou o poder depois da tentativa de assassinato de Dadis Camara.
Dentro de seis meses eleições devem ser organizadas neste país da África Ocidental e Dadis Camara, Sékouba Konaté e os outros responsáveis da Junta estão proibidos de participar nelas.
Qualificando o acordo de transição de "fase significativa no processo de restabelecimento da ordem constitucional na Guiné-Conakry", os dirigentes declararam que nada devia impedir o julgamento dos autores dos massacres e das violações.