Agência Panafricana de Notícias

UA organiza cimeira de emergência sobre migração

Addis Abeba, Etiópia (PANA) - Os dirigentes da União Africana (UA), que encerraram a sua 26ª sessão ordinária em Addis Abeba domingo, decidiram a organização duma cimeira de emergência sobre migração na sequência do rumo dos jovens africanos, dos quais vários foram vítimas de tragédias ao tentar atravessar o Mar Mediterrâneo com destino à Europa.

O presidente da União Africana (UA) e chefe de Estado tchadiano, Idriss Deby Itno, declarou que a cimeira decidiu realizar uma reunião de emergência para discutir sobre a migração ilegal e a ajuda a prestar à juventude africana.

A data da reunião de crise não foi precisada, mas a próxima cimeira da UA deve decorrer em Kigali, no Rwanda, em junho de 2016.

"Vamos convocar uma assembleia extraordinária sobre a migração na Europa. Vários dos nossos concidadãos estão no fundo do mar", declarou o Presidente Deby no seu discurso de encerramento na cimeira.

O Presidente Deby, que substituiu o chefe de Estado zimbabweano Robert Mugabe na presidência da UA, declarou-se consternado pelo número de jovens africanos afogados no Mediterrâneo.

Ao passar as pastas da presidência da UA, o Presidente Mugabe declarou-se insatisfeito pela situação que levou à organização da cimeira da União Europeia sobre a migração em Valeta, capital de Malta, em 2015.

Os dirigentes africanos e europeus decidiram organizar uma cimeira em Valeta para discutir sobre a crise da migração crescente entre os dois continentes. Contudo, a maioria dos Estados africanos boicotou esta cimeira.

"Fiquei preocupado pelos desenvolvimentos que conduziram à cimeira da UE quando os nossos amigos europeus decidiram que apenas alguns de nós seriam convidados. Uma abordagem coletiva é necessária no interesse coletivo. Unamo-nos para o bem comum e os nossos interesses", declarou Mugabe.

Os dirigentes africanos declararam-se profundamente preocupados com a falta de progressos sobre a questão da independência do Sara Ocidental, colonizado há mais de duas décadas e meia, depois duma promessa da organização dum referendo para decidir a sua independência.

A presidente da Comissão da UA, Nkosazana Dlamini Zuma, deplorou a continuação dos sofrimentos dos refugiados do Sara Ocidental e advertiu que a sua manutenção nos campos de refugiados constituia um risco de propagação do fundamentalismo.

"Devemos acabar com o extremismo, permitir a liberdade de expressão e a liberdade da imprensa. 2016 deverá servir para promover os direitos humanos. Devemos terminar a descolonização do Sara Ocidental", declarou Dlamini Zuma na 26ª sessão ordinária da assembleia da UA.

Ela afirmou que milhares de jovens nos campos de refugiados arriscavam passar ao lado do sonho africano de prosperidade e de crescimento.

-0- PANA AO/AR/FJG/TBM/MAR/TON 1fev2016