Agência Panafricana de Notícias

UA lamenta falta de agentes de saúde na luta contra Ébola

Addis Abeba, Etiópia (PANA) – A falta de trabalhadores de saúde é o maior défice a suprir como resposta ao vírus de Ébola na África Ocidental, declarou quinta-feira em Addis Abeba a presidente da Comissão da União Africana (CUA), Nkosazana Dlamini-Zuma.

Durante uma conferência de imprensa organizada na capital etíope, Zuma advertiu de que a doença viral poderá escapar ao controlo, se os dirigentes africanos não conseguirem reagir de maneira urgente.

« Estamos a mobilizar tantos setores quantos podermos a fim de obter o recurso humano necessário porque é o maior défice com que estamos confrontados na nossa estratégia de resposta à epidemia de Ébola », lamentou a presidente da CUA.

Na sua luta contra o vírus de Ébola, a União Africana enviou correspondências a 54 chefes de Estado e de Governo africanos com vista a pedir-lhes uma contribuição de cerca de 10 a 30 trabalhadores de saúde cada a fim de reforçar o recurso humano já mobilizado no continente para impedir o vírus de se propagar em novos territórios.

« Atualmente, já temos 100 voluntários. Estamos a informar os chefes de Estado para lhes pedir para enviarem profissionais de saúde dos seus respetivos países. Devemos ajudar a conter esta doença, senão ela vai afetar todo o mundo. Devemos dar prova de solidariedade e conter a propagação desta epidemia », alertou a ex-esposa do atual Presidente sul-Africano, Jacob Zuma. Dlamini Zuma.

« Este é um problema mundial. Vivemos numa aldeia planetária. A natureza do nosso mundo é interdependente. Não servirá para nada que cada país tenha uma mentalidade de fortaleza. Como podes fechar as tuas fronteiras e cruzar os braços como se nada houvesse», interrogou-se a presidente da CUA.

A União Africana (UA) criou uma missão para apoiar a resposta ao vírus de Ébola na parte oeste-africana do continente (ASEOWA) com o objetivo de fornecer ajuda aos países mais afetados pela epidemia mas esta missão atualmente desdobrada na Libéria e na Serra Leoa, está confrontada com uma falta de efetivos.

O comissário da UA encarregue dos Assuntos Sociais, Mustapha Sidiki Kaloko, que regressou recentemente a Addis Abeba, depois de ter efetuado uma visita aos países afetados pela epidemia de Ébola, declarou que « a situação é indescritível » em todos os três Estados mais afetados.

A UA necessita de 35 milhões de dólares americanos para garantir as operações médicas nos três países em causa, designadamente a Guiné Equatorial, a Libéria e a Serra Leoa.

Ela disse no entanto ter apenas recebido até agora 18 milhões de dólares americanos de doações.

Kaloko, confiou, além disso, que o plano inicial sobre as vias e meios a utilizar no terreno para combater a doença requer modificações depois de novas descobertas sobre a doença pelas equipas de supervisão desdobradas no terreno.

Acrescentou que é de uma importância primordial certificar-se de que as equipas no terreno não estejam contaminados porque, alertou, uma tal coisa poderá provocar o desastre no plano de resposta.

Precisa-se de pelo menos 500 trabalhadores médicos na equipa da UA de supervisão da patologia para satisfazer as necessidades do pessoal de proceder a uma rotação regular.

Enquanto isto, a organização pan-africana criticou a atitude de alguns países que encerraram as suas fronteiras para impedir viajantes provenientes dos países afetados pelo vírus de entrar nos seus territórios nacionais.

-0- PANA AO/VAO/BAD/IS/IBA/MAR/DD 17out2014