Agência Panafricana de Notícias

UA e UE acusadas de tardar a evacuar migrantes africanos detidos na Líbia

Nairobi, Quénia (PANA) - A Amnistia Internacional (AI) acusa a União Africana (UA) e a União Europeia (UE) de ter tardado a tomar medidas coletivas e unilaterais para facilitar a evacuação dos migrantes e refugiados africanos detidos na Líbia, indica um comunicado oficial.

"Duas semanas intermináveis debates sobre as vendas em leilão de escravos na Líbia foram seguidos por dois dias de anúncios destinados a confirmar supostas preocupações humanitárias, mantendo o objetivo primeiro da Europa, designadamente o encerramento do itinerário mediterrâneo central", lê-se na nota que citad o diretor da AI para a Europa, John Dahluisen.

Ele reagia à decisão da UE e da UA de ajudar na evacuação dos refugiados e migrantes, depois da difusão duma reportagem mostrando requerentes de asilo e refugiados vendidos como escravos por montantes derisórios.

"A realidade é que centenas de milhares de refugiados e migrantes estão bloqueados na Líbia e expostos a abusos horríveis, em consequência da cooperação intensiva entre a UE e as autoridades líbias", reconheceu.

A seu ver, projetos que dão prioridade ao "repatriamento voluntário" das pessoas atualmente bloqueadas na Líbia, sem um sistema eficaz para avaliar e responder às necessidades de asilo nem propor a sua instalação noutros lugares, vão desembocar num mecanismo de deportação sob a capa duma intervenção humanitária.

-0- PANA DJ/AR/FJG/BEH/MAR/DD 1dez2017