Agência Panafricana de Notícias

UA condena tentativa de golpe de Estado em Madagáscar

Addis Abeba- Etiópia (PANA) -- O Conselho de Paz e Segurança (CPS) da União Africana (UA) condenou segunda-feira a tentativa de golpe de Estado em Madagáscar e apelou às forças políticas a iniciar um diálogo para resolver o impasse político que assola há três meses a grande ilha do Oceano Índico.
"Condenamos os golpes de Estado e as suas tentativas", declarou o embaixador do Benin e presidente em exercício do CPS, Edouard Aho- Glele, na sequência de informações de que o líder da oposição, Andry Rajoelina, exortou as forças de segurança a deter o Presidente Marc Ravalomanana.
Ele declarou à imprensa em Addis Abeba que qualquer medida tomada no quadro da crise que dura em Madagáscar devia estar conforme com a Constituição do país.
O Presidente malgaxe propôs a organização dum referendo para determinar se devia permanecer à frente do país, mas a oposição rejeitou esta oferta.
Apesar desta rejeição, o embaixador de Madagáscar na Etiópia e representante permanente junto da UA, Jean Pierre Rakotoarivony, está a pressionar o CPS para apoiar este referendo.
"Desejamos utilizar as disposições legais à nossa disposição e organizar um referendo", disse Rakotoarivonu à imprensa segunda- feira.
"Se o povo de Madagáscar disser que já não quer de Ravalomanana durante este referendo vamos organizar imediatamente uma eleição", sublinhou, apelando à comunidade internacional para ajudar a organizar o referendo.
A oposição rejeitou a proposta de Ravalomanana de organizar o referedo para resolver a crise política que fez pelo menos 135 mortos em Madagáscar.
Falando sobre a crise, o presidente do Conselho de Paz e Segurança da UA reafirmou que o que chamou de conflito interno não vai mudar a decisão dos chefes de Estado e de Governo de manter a próxima Cimeira da organização panafricana em Antananarivo.
"Os chefes de Estado e de Governo vão decidir se devem mudar ou não o local da organização da cimeira", indicou.
O embaixador malgaxe afirmou que o Presidente controlava 70 por cento do país e a maioria das forças militares, apesar dos apelos para a detenção de Ravalomanana ao Exército lançados por Rajoelina, ex-disc jockey de 34 anos destituído das suas funções de governador da capital, Antananarivo, no mês passado.