Agência Panafricana de Notícias

Tunisia saúda acordo de paz assinado entre RDC e M23 em Doha

Túnis, Tunísia  (PANA) - A Tunísia saudou o acordo de princípio assinado a 19 de julho corrente segunda-feira última, em Doha (Qatar), entre o Governo da República Democrática do Congo (RDC) e o Movimento de 23 de Marco (M23, rebelião) sobre um cessar-fogo, soube a PANA de fonte oficial.

Este texto marca o início das negociações direitas entre as duas partes, sob a égide do Qatar, segundo um comunicado do Ministério tunisino dos Negócios Estrangeiros.

O documento realça "os esforços construtivos das autoridades do Qatar e o seu papel de médianeiro.”

“Pela sua dedicação aos princípios de resolução pacífica dos conflitos et ao diálogo como via privilegiada para soluções políticas duradouras”, a Tunísia  expressou a esperança de que este acordo permita a instauração de medidas de confiança mútua entre os beligerantes.

A Tunísia deseja igualmente que este progresso contribua para pôr fim a um conflito de longa data na RDC, preservando a unidade e a soberania deste país da África Central.

Sublinhou finalmente a importância desta dinâmica para a consolidação da paz e da estabilidade em todo continente.

Segundo autoridades qataris, o documento assinado em Doha abre a via a negociações direitas com vista a uma paz global que aborde as causas profundas do conflito. 

Entre as medidas tomadas, dizem as mesmas autoridades, figuram a troca de presos, o restauro da autoridade do Estado e o regresso seguro das pessoas deslocadas e refugiados às suas terras no leste da RDC.

O Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, congratulou-se igualmente com este acordo, vendo-o como “uma etapa maior” para um cessar-fogo duradoura e o regresso das populações deslocadas.

Nascido em 2012 de um motim de ex-rebeldes então integrados no Exército congolês, o M23 é muito ativo no leste da RDC. 

Afirma defender os direitos dos Tutsis (tribo minoritária no Rwanda) congoleses, mas ele é acusado de “graves crimes contra civis”, com o beneplácito do Rwanda 

De facto, o M23 relançou as suas ofensivas, desde 2022, provocando milhares de mortos e pessoas deslocadas, assinala-se.

-0- PANA YY/IN/JSG/SOC/DD 22julho2025