Agência Panafricana de Notícias

Três toneladas de sal não iodado retiradas do mercado em Cabo Verde

Praia, Cabo Verde (PANA) - A Inspeção Geral de Atividades Económicas (IGAE) de Cabo Verde apreendeu três toneladas de sal não iodado importado em diversos estabelecimentos comerciais da cidade da Praia, conforme prevê a legislação cabo-verdiana, a apurou a PANA quinta-feira de fonte próxima da instituição.

A carência do iodo no sal, em quantidade adequada, tem efeitos nocivos no organismo, podendo provocar lesões cerebrais permanentes, insuficiência nas funções reprodutivas, perturbações musculares, surdo-mudez, morte na altura do nascimento e o atraso mental nas crianças, defendeu a IGAE.

Em declarações à imprensa, inspetor-geral do IGAE, Vlademir Silva, revelou que a operação que levou à esta nova apreensão de sal não iodado vendido no mercado cabo-verdiano é extraordinária e que partiu de uma denúncia.

Na sequência da denúncia, o IGAE desencadeou a operação inspetiva com o propósito de averiguar o cumprimento do decreto-lei nº 12/2004, que obriga a iodação do sal produzido importado, exportado e comercializado no território cabo-verdiano.

“A lei é clara e manda punir os infratores. Todo o sal sem iodo foi retirado do mercado para defender o interesse e a saúde dos consumidores”, disse o inspetor-geral, adiantando que novas operações já estão a ser preparadas para atingir outros pontos do país.

Vlademir Silva disse também que a IGAE tem estado a constatar uma desatenção dos consumidores no momento das compras do produto.

Prometeu que a instituição que dirige, para além da inspeção para retirada do sal sem iodo e a punição dos infratores, vai também intensificar a sensibilização das pessoas para terem o cuidado de ler o rótulo do produto porque, frisou, "só assim é possível saber se ele é próprio para o consumo”.

A decisão de retirar do mercado este tipo de sal de mesa, de marca VATEL, de 250 gramas, foi tomada após análises laboratoriais, efetuadas num laboratório independente e acreditado para o efeito.

As autoridades sanitárias cabo-verdianas têm vindo a aconselhar para que se pare de consumir o sal sem iodo, bem como a sua comercialização, uma vez que esta prática, para além de provocar problemas de saúde, é também uma violação da lei que regula a produção e comercialização deste produto para o consumo humano.

-0- PANA CS/DD 30ago2013