Agência Panafricana de Notícias

Tentativa de golpe de Estado frustrada no Burkina Faso, diz Governo

Ouagadougou, Burkina Faso (PANA) - O Governo do Burkina Faso anunciou quinta-feira à noite ter frustrado uma tentiva de golpe de Estado registada a 14 de janeiro corrente no país, soube a PANA de fonte oficial.

O porta-voz do Governo burkinabe, Jean-Emmanuel Ouédraogo, explicou, num comunicado, que, desde 13 de janeiro de 2024, os serviços de segurança têm trabalhado para desmantelar uma rede que desestabiliza o Burkina Faso.

Esta rede, que envolve soldados, civis e ativistas em serviço e desmobilizados, entre outros, planeou desestabilizar as instituições do Burkina Faso e pôr um fim brutal ao processo de Refundação pela Dignidade, Integridade, Liberdade e Soberania do país, disse.

Afirmou que a data de 14 de janeiro de 2024 foi planeada por líderes deste “projeto desastroso” para pôr em prática a sua ação, ou o seu “plano diabólico”, que inevitavelmente teria levado o Burkina Faso para atrás da história.

“A vigilância dos serviços de inteligência e a prontidão das forças patrióticas de defesa e segurança permitiram interromper a implementação desta enésima tentativa de desestabilização, evitando assim mais uma vez que o nosso país visse a sua esperança na liberdade e independência fosse assassinada no altar de interesses egoístas”, disse Ouédraogo.

Indicou que, para realizarem o seu “trabalho sujo”, foram contactados indivíduos em diferentes quartéis militares de todo o país, a fim de organizarem uma espécie de motim.

"As Organizações da Sociedade Civil comprometidas com a sua causa foram chamadas a assumir as suas responsabilidades. Os seus financiamentos vinham do exterior", disse.

Lembrou que ataques contra a sede da Vigilância dos Cidadãos foram planeados com vista à desmobilização popular contra o processo de transição em curso no país.

Para o porta-voz do Governo burkinabe, tratava-se de criar uma agitação favorável à intervenção de um comando externo, capaz de atentar contra a vida de várias autoridades da transição política e semear o caos.

“Na fase atual das investigações, os elementos recolhidos e outros em curso estabelecem formalmente o envolvimento de vários militares e civis. Assim, foram efetuadas detenções, realizadas entrevistas e estão em curso análises técnicas. É também efetuado uma troca de  informações para melhor identificar outras  possíveis implicações”, revelou.

Acrescentou que as ligações, até agora estabelecidas entre diferentes atores, referem-se a um pequeno grupo de pessoas que consideram que devem desempenhar um papel maior na tomada de decisões públicas e políticas e, como resultado, conspirar contra o povo e instituições do país.

-0- PANA TNDD/JSG/MAR/DD 19Jan2024