Agência Panafricana de Notícias

Sociedade civil pede fim a "casamentos prematuros" em Moçambique

Maputo, Moçambique (PANA) – Organizações da sociedade civil moçambicanas sugeriram esta segunda-feira à Primeira Dama, Isaura Nyusi, que inclua a luta contra os "casamentos prematuros" e a desnutrição crónica no seu plano de ação atualmente em elaboração.

Estimadas em mais de 60, estas organizações manifestaram a sua disponibilidade em trabalhar em colaboração com o Gabinete da Primeira Dama (GPD) para pôr freio aos casamentos precoces e mitigar os impactos causados por esses males à sociedade.

A sociedade civil moçambicana manifestou este desejo em Maputo, capital moçambicana, numa auscultação pública promovida pela esposa do Presidente da República, para colher opiniões e sugestões sobre as grandes linhas do futuro "Plano Estratégico" do GPD.

Na ocasião, a representante da Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC), Zélia Menete, defendeu a necessidade de o Gabinete e demais intervenientes criarem políticas e programas adequados para o efeito, com enfoque para as áreas de impacto social como as altas taxas de mortalidade materna e infantil, a educação e a vulnerabilidade à pobreza.

“Sabemos que Moçambique tem uma das mais altas taxas de casamentos prematuros, sendo que 48 porcento das raparigas casam-se antes dos 18 anos de idade. Portanto, nós, em colaboração com o Gabinete da Primeira Dama, e outros intervenientes, achamos que seria uma área para levar a cabo ações”, afirmou Menete.

Segundo a representante da FDC, ao resolver-se a questão dos casamentos prematuros, estar-se-ia igualmente a tocar a pelo menos seis Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM).

Em relação à desnutrição crónica, que afeta cerca de 44 porcento das crianças moçambicanas, Zelia Menete sugeriu que o GPD levasse a cabo programas de sensibilização, porque, justificou, "muitas vezes o que está em causa é falta de informação sobre o que é este problema".

Para Menete, o trabalho de sensibilização não deverá ser, somente, responsabilidade do GPD, mas deverá ser também dos próprios organismos do Governo aos vários níveis, bem como da comunidade.

-0- PANA AIM/ALM/SN/IZ 23março2015