Agência Panafricana de Notícias

Sociedade civil guineense critica declarações do Presidente Sanhá

Bissau- Guiné-Bissau (PANA) -- O Movimento da Sociedade Civil (MSC)da Guiné- Bissau exortou o Presidente Malam Bacai Sanha a evitar "tomadas de posições que contrastem com os valores da paz, estabilidade e do Estado de Direito".
Num comunicado a que a PANA teve acesso terça-feira, o MSC deplora as últimas declarações de Malam Bacai Sanhá que teriam provocado "uma profunda inquietação por parte do cidadão comum" sobre a sua forma de conduzir a gestão da crise no país.
Para o MSC, o chefe de Estado deve "ser um fator de pacificação da sociedade" e evitar declarações como as que fez recentemente à revista Jeune Afrique em que afirma haver personalidades políticas envolvidas nos assassínios do Presidente João Bernardo "Nino" Vieira e do general Tagmé Na Waié.
Segundo o comunicado daquele movimento, os acontecimentos de 1 de Abril passado provocaram no país uma crise político-militar "sem precedentes" marcada por "sinais evidentes de dificuldades de relacionamento institucional entre a Presidência da República e o Gabinete do primeiro-ministro".
Outra dificuldade evidenciada pela nova crise é a reafirmação da insubordinação do poder militar ao político seguida da ambiguidade na cadeia de comando nas Forças Armadas e da incerteza sobre o futuro do Governo e da liderança castrense, le-se no comunicado.
Na nota, o Movimento da Sociedade Civil apela também ao Governo para informar das razões da "demora" do regresso do primeiro-ministro ao país e ao funcionamento regular das instituições democráticas e públicas.
Para o Movimento da Sociedade Civil guineense, o actual momento no país é de "contenção, sendo que concorrem simultaneamente vários fatores susceptíveis de desencadear vários cenários imprevisíveis e efeitos adversos à construção de um Estado de Direito democrático".
O primeiro-ministro bissau-guineense, Carlos Gomes Júnior, encontra-se ausente do país há mais de um mês por razões de saúde e o Presidente da República viajou na semana passada para França, onde participou na cimeira França/África.