Agência Panafricana de Notícias

Sociedade civil denuncia contrato de exploração florestal em São Tomé e Príncipe

São Tomé, São Tomé e Príncipe (PANA) - Um grupo de cidadãos santomenses exigiu a suspensão judicial de um contrato de concessão e investimentos celebrado entre o Estado e a empresa Agripalma, que estaria na origem da desflorestação em curso que "atingiu severamente o Parque Natural de São Tomé", soube-se segunda-feira de fonte oficial.

Assinado em 2009, o contrato entre a Agripalma e o Estado santomense prevê a concessão de quatro mil e 252 hectares de terra em São Tomé e mil e 272 hectares na ilha do Príncipe para o desenvolvimento, produção e transformação de óleo de palma.

Segundo a denúncia, a devastação da floresta secular no sul da ilha de São Tomé é enorme, e a desflorestação atingiu severamente o Parque Natural de São Tomé, onde um grupo de biólogos nacionais e estrangeiros realizavam estudos sobre as espécies de animais que habitam no local.

Os queixosos propuseram ao Ministério Público uma ação visando travar o desmatamento imputado à Agripalma, que acusam de estar a "infringir as normas ambientais do arquipélago", ameaçando deixar a população local numa situação de insegurança alimentar com o avanço da desflorestação.

Vastas áreas de culturas como fruta-pão e coco, principal fonte de alimentação e de negócio da população santomense, bem como madeiras de alto valor comercial estariam a ser devastadas, com os habitantes locais a clamarem pela intervenção de quem de direito para "salvar o pouco que ainda resta".

-0- PANA RMG/IZ 11junho2013