Agência Panafricana de Notícias

Senegal exige clareza na cimeira da UA sobre Governo Federal Africano

Tripoli- Líbia (PANA) -- O Senegal espera que na cimeira da União Africana (UA) de Fevereiro próximo na capital etíope, Addis Abeba, os líderes africanos sejam mais "claros" sobre a questão da formação do Governo Federal Africano, declarou quarta-feira o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Cheikh Tidiane Gadio.
Segundo o chefe da diplomacia senegalesa, todos os países africanos já exprimiram, desde a conferência de Accra, em Julho de 2007, o seu acordo para a criação do governo continental.
"Já que todo o mundo está de acordo para a instauração do Governo da União, é preciso formá-lo", disse Gadio, sublinhando que seria desejável que este instrumento executivo continental fosse instalado em uníssono, se for possível, para que todos caminhem juntos para esta etapa crucial da integração africana.
Numa entrevista concedida à PANA, em Tripoli (Líbia), no termo duma reunião consultiva dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos países membros da Comunidade dos Estados Sahelo Sarianos (CEN-SAD) sobre a questão, Tidiane Gadio afirmou que o Senegal retém duas perspectivas na formação do Governo em projecto.
A primeira, que ele acha a melhor, é que África parta em uníssono para criar um governo federal que poderá iniciar-se com nove Ministérios que poderão aumentar gradualmente para 14, 20 ou mais quando se vir que o projecto funciona normalmente e é proveitoso para África.
No quadro da segunda perspectiva, ele indicou que o importante, para os partidários do Governo Federal, é que se comece a aplicar este instrumento executivo sem mais demora, pois, explicou, se alguns países continuarem a bloquear (o processo), pedindo debates intermináveis (.
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) e reclamando pela criação de comissões que substituem outras comissões até ao infinito, já não é admissível".
"Não vamos ficar durante um século a criar comissões", disse o governante senegalês, afirmando que "é tempo de passar para o Governo Federal Africano e nós esperamos que o relatório da Comissão da UA sobre esta questão será examinado, e que a cimeira de Fevereiro de 2009 de Addis Abeba decidirá a sua instalação nos próximos seis meses antes da assembleia de Julho próximo".
O chefe da diplomacia senegalesa sublinhou que este prazo seria aproveitado para determinar a natureza da estrutura deste Governo, nomeadamente, o número de pastas e o domínio de competência e a sua estrutura com um chefe de Governo, o seu adjunto e oito a 9 ministros encarregues das questões continentais bem precisas.
Tidiane Gadio lembrou que isso não tinha nada a ver com a soberania dos Estados, uma vez que haveria três níveis, designadamente, os Governos nacionais, as organizações regionais e o Governo continental.
Os países podem preferir confiar certas missões ao Governo continental, missões que serão melhor geridas e cumpridas quando forem do plano continental e é aí onde reside a diferença", afirmou.
Gadio manifestou a esperança de que todos os países africanos cheguem à cimeira de Addis Abeba com a mesma determinação que o Senegal, a Líbia, o Gabão, o Mali, o Togo e o Benin, afirmando que, no total, 20 países estão prontos para ir imediatamente para a criação deste instrumento executivo continental.