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Sector privado norte-americano publica guia africano para Obama

Washington- Estados Unidos (PANA) -- Membros do sector privado norte-americano formularam recomendações para a Administração Obama visando reforçar as relações económicas entre os Estados Unidos e África.
Estas recomendações contidas num documento de 56 páginas intitulado "Estados Unidos e África : Recomendações Políticas do Sector Privado Norte-americano para a Administração Obama" foram formuladas pelo Corporate Council of Africa (CCA).
Uma cópia deste documento a que a PANA teve acesso em Washington, domingo, enumera os nove sectores chaves para o reforço do compromisso norte-americano em África nos domínios do comércio e dos investimentos.
Estes sectores são a segurança, as finanças, o comércio, a agricultura, a energia eléctrica, as indústrias extractivas, os cuidados de saúde, as infraestruturas e o turismo.
O CCA ressalta que África já não é um simples desafio humanitário e de desenvolvimento, mas antes "uma fonte de energia, oportunidades de exportação e parceria internacional crescente e dinâmica".
Sobre a segurança, recomendou que a Administração Obama designe emissários especiais para as regiões em conflito, participe na resolução de conflitos e na manutenção da paz e apoie a força permanente africana.
No domínio das finanças, sugeriu a necessidade de aumentar o financiamento do comércio norte-americano, promover o investimento directo estrangeiro em África e reforçar o mandato e a eficiência da Régie para os investimentos privados no estrangeiro (OPIC) a fim de apoiar o investimento em todos os sectores em África.
Recomendou igualmente o reforço dos mercados financeiros africanos e o seu acesso.
Relativamente ao comércio, o Conselho recomendou o reforço da política comercial americana e a assistência a África bem como o alargamento da Lei sobre o crescimento e as oportunidades em África (AGOA) a outros produtos.
No que diz respeito à agricultura, o CCA preconizou a aplicação de políticas para apoiar um crescimento duradouro da produtividade em África através do Programa Integrado para o desenvolvimento da agricultura em África (CAADP), entre outros.
Sobre a energia eléctrica, insistiu sobre a necessidade de incentivar os Governos africanos a adoptarem uma política de fixação dos preços baseada no mercado a fim de estimular o investimento no sector energético, bem como aumentar os financiamentos americanos para a compensação do carbono, dos biocombustíveis, da queima do gás, da electrificação rural e das energias renováveis.
Quanto às indústrias extractivas, convidou o Governo americano a continuar a apoiar a Iniciativa para a Transparência nas Indústrias de Extracção (EITI) e promover mais transparência na gestão dos rendimentos bem como a luta contra a corrupção nos países produtores.
Para os cuidados de saúde, o CCA pede à Administração Obama que estenda o seu apoio à implicação do sector privado na assistência médica em África, incentive os investimentos na saúde e alargue os programas de saúde internacionais do Governo.
Em termos de infra-estruturas, recomendou à Administração o apoio ao desenvolvimento das redes rodoviárias, ferroviárias, aéreas e marítimas em África.
No turismo, instou a Administração a reforçar os investimentos do sector privado americano para a promoção deste sector em África assim como incentivar, através de medidas financeiras, as empresas e a perícia americanas a apoiarem os esforços dos países e das regiões para promover o turismo africano.
O CCA foi criado em 1993, enquanto organização apolítica de cerca de 200 empresas americanas que se consagram ao reforço dos laços comerciais entre os Estados Unidos e África.
Os membros do CCA representam cerca de 85 por cento do total dos investimentos do sector privado em África.
A organização visa reunir os parceiros comerciais potenciais e apresentar as oportunidades de investimento no continente.