Agência Panafricana de Notícias

Satisfação e orgulho após criação da Autoridade da União em Sirtes

Sirtes- Líbia (PANA) -- A transformação, pela XII Conferência dos Chefes de Estado e Governo da União Africana (UA), sexta-feira de manhã em Sirtes, no centro da Líbia, da Comissão numa "Autoridade", suscitou reacções de satisfação e uma grande esperança quanto ao futuro do processo unionista africano, à capacidade dos Africanos para ultrapassar os desafios e à realização da integração na via da criação dos Estados Unidos de África.
Neste quadro, a PANA recolheu junto dos ministros, chefes de delegação e jornalistas que participavam nesta cimeira os seus pontos de vista que reflectiram uma unanimidade em relação à importância desta evolução registada por África na via da criação dum grande espaço unido, forte e coerente no seio dos outros blocos que formam actualmente o mundo.
Assim, para o ministro beninense dos Negócios Estrangeiros e Integração Africana, Jean-Marie Ehouzou, a criação da Autoridade da União é um acto extraordinário apesar de ela ter sido criada em circunstâncias difíceis, lembrando neste sentido que a União Europeia foi também concebida no termo de longas e difíceis reuniões, afirmando que se trata dum processo que precisa de muito tempo.
Para o chefe da diplomacia beninense, o mais importante é ter obtido a adesão de todo o mundo visto que todas as delegações participaram nos debates, o que sublinha a importância atribuída a esta questão.
O essencial, a seu ver, é ter-se encontrado a solução adequada e ter-se atingido o objectivo fixado com a criação hoje da Autoridade da União Africana.
Ele indicou que a realização desta aspiração das populações africanas para a integração demonstra que os governantes concordam com esta intenção e que eles trabalharam para uma integração sólida, reforçada e contínua para que África emerja, saia da sua letargia e se torne mais credível no seio da comunidade internacional.
"É a mensagem que se pode depreender da adopção esta sexta-feira da Autoridade da União neste lugar histórico e símbolo do processo de unificação do continente em primeiro lugar, a 09 de 09 de 1999 durante a proclamação da União Africana e hoje com a criação da Autoridade", afirmou Ehouzou, frisando que não se trata dum acaso mas, graças à liderança do guia (líbio) Muamar Kadafi, presidente em exercício da UA.
O responsável beninense prestou, nesta ocasião, homenagem ao líder líbio que qualificou de "visionário dos tempos modernos" e panafricanista convencido, afirmando que África lhe deve grande reconhecimento e gratidão por ter militado para a unificação, a dignidade e a prosperidade do continente africano.
Por sua vez, Mandekor Djimadoun, do Departamento dos Assuntos Económicos na Comissão da UA, saudou "este passo importante" que acelerará o processo de integração africana e sobretudo a concretização de vários projectos que tardavam a ser criados, afirmando que se trata duma etapa decisiva para a formação do Governo Federal Africano que significa cada vez mais integração e complementaridade entre países africanos.
Ele saudou igualmente o consenso em torno da Autoridade que a dotará duma maior legitimidade e duma força mais constringente das decisões que ela tomar afirmando que isto testemunha a tomada de consciência dos chefes de Estado e de Governo africanos da necessidade de se unir para dotar a organização continental dum instrumento que lhe permita recuperar a sua posição ao nível mundial.
Do seu lado, o jornalista tchadiano Zoutane Daba Martin elogiou esta decisão "histórica" que qualificou de "grande passo" para os Estados Unidos de África e afirmou que esta decisão servirá de motivo de encorajamento aos líderes africanos a fim de progredir cada vez mais para a integração.
Ele precisou que o novo instrumento permitirá a África agir para conter as influências ocidentais nos planos económico e político e constituem a primeira pedra para a criação dum grande bloco único para fazer do continente um actor activo neste mundo e não um espectador que sofre.
Por sua vez, o ministro dos Malianos do Exterior e Integração Africana, Badara Macalou, congratulou-se com a criação da nova Autoridade da União que "traduz a vontade dos líderes africanos de promover a complementaridade entre os seus países a fim de melhor explorar os enormes recursos naturais que possui o continente a favor das suas populações".
Para o jornalista congolês Pierre-Ange Félixe, a transformação da Comissão numa Autoridade é um motivo de satisfação e orgulho dos Africanos num mundo de globalização onde apenas os grandes conjuntos emergem e conseguem atingir os objectivos fixados e saudou o líder Kadafi cuja assunção à presidência rotativa da UA concedeu um novo ritmo à UA e permitiu-lhe evoluir para cada vez mais integração entre países membros na via da criação duma moeda única, duma única identidade, dum único passaporte e da eliminação das barreiras e da supressão das fronteiras entre os países africanos.
Para o ministro tchadiano dos Negócios Estrangeiros, Moussa Faki Mahamat, a passagem da Comissão para a Autoridade com nomeadamente a criação de secretariados encarregues da coordenação e aplicação da política externa em matéria de comércio e cooperação internacionais são passos muito positivos e que "nós permitirão avançar no domínio da integração económica, política e social do continente".