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São Tomé e Príncipe exporta 500 toneladas de cacau biológico para França

São Tomé, São Tomé e Príncipe (PANA) – A Cooperativa dos Pequenos Agricultores e Produtores de Cacau Biológico (CECAB) de São Tomé e Príncipe prevê exportar, até ao final deste ano, cerca de 500 toneladas de cacau biológico equivalentes a um milhão de euros, soube a PANA de fonte autorizada em São Tomé.

"No princípio deste ano, choveu de forma razoável e suficiente, e a produção será boa", declarou o presidente da CECAB, António Dias, em entrevista quarta-feira ao programa "Grande Entrevista" da televisão estatal santomense.

Dias, indicou que, no primeiro semestre deste ano, a CECAB enviou à empresa francesa CAOCA 200 toneladas de cacau biológico e prepara-se para exportar para este seu principal cliente mais 24 contentores correspondentes a 300 toneladas.

Criada em 2005, a CECAB, com sede na zona norte de São Tomé, é composta por mil e 800 agricultores de 45 comunidades agrícolas de 35 associações.

António Dias adiantou que as condições de vida de muitas famílias estão a melhorar, sendo que os agricultores vendem à Associação o quilo de cacau seco a aproximadamente dois euros equivalentes a 45 mil dobras, moeda local santomense.

“Temos um programa social extenso de apoio aos agricultores. Eles têm descontos nas consultas médicas caso estejam doentes e compram mais barato os materiais de trabalho”, explicou

António Dias referiu que “rigor, trabalho e organização” são as três chaves de sucesso do projeto que em muitos casos é interpretado pela opinião pública nacional como se tratando de uma organização com apoio externo.

“Através de PAFPA (Programa de Agricultura Familiar e Pesca Artesanal), conseguimos três tratores para transporte dos produtos. Com as contribuições dos agricultores, conseguimos 33 mil euros e compramos mais tratores", revelou.

Durante a entrevista, António Dias defendeu que o cacau deve ser uma aposta "para relançar a economia e a imagem do país”, pelo que condenou a política do Governo santomense de atribuir antigas terras de produção para construção.

“O Governo deveria definir que, nas antigas terras agrícolas, os seus proprietários devem dar seguimento às culturas lá existentes”, sugeriu.

Criticou o Executivo do primeiro-ministro Patrice Emery Trovoada por não ter cedido o título definitivo a uma casa identificada pela CECAB para montagem do seu escritório nos arrederes da capital, São Tomé.

“É um país onde a agricultura não é prioridade. Grande parte dos armazéns que pertenciam à agricultura na era colonial estão a desenvolver comércio”, rematou.

-0- PANA RMG/IZ 06set2012