Agência Panafricana de Notícias

São Tomé e Príncipe enfrenta grave crise de combustíveis

São Tomé, São Tomé e Príncipe (PANA) - São Tomé e Príncipe está a enfrentar uma grave escassez de combustíveis, devido à falha no abastecimento pela petrolífera angolana Sonangol, sua fornecedora, o que motivou uma especulação de  preços sem precedentes, soube-se de fonte oficial, em São Tomé.

“Os barcos estão a caminho com o próximo carregamento de combustíveis”, anunciou o primeiro-ministro são-tomense, Jorge Bom Jesus, que falava este domingo, 19, em direto no programa “Para frente São Tomé e Príncipe” da emissora radiofónica estatal, Radio Nacional.

"Fui informado que o barco que tem o carregamento anda muito lento e dentro de cinco dias já estará cá", acrescentou

Jorge Bom Jesus pediu “calma a todos os São-tomenses”, explicando que a atual rutura de stock se deve a uma falha do abastecimento programado pela ENCO (Empresa de Nacional de Combustíveis e Óleo), detida pela Sonangol.

“Lamento o aproveitamento político que se tem tirado desta situação, o que não deveria acontecer. Sabe que a própria Angola, que é o país fornecedor, teve uma falha no abastecimento, é nós dependemos de Angola", afirmou.

“Temos informações de que existem revendedores de combustíveis que estão a vender o litro de petróleo (doméstico) a cerca de cinco dólares americanos, é um exagero”, repudiou o primeiro-ministro.

Face à escassez do petróleo doméstico, o preço do carvão vegetal disparou, no mercado, e o produto que custava cerca de seis dólares agora está ser comercializado a 10 dólares o saco.

A rutura de stock de gasóleo também obrigou a Sonangol, através da ENCO, a restringir o fornecimento, pelo que vem registando filas enormes para o abastecimento nas gasolineiras do centro da capital, São Tomé.

Segundo Jorge Bom Jesus, o abastecimento da região autónoma do Príncipe é outra sua grande preocupação, depois de o seu Governo perder capacidade de abastecimento à região Autónoma do Príncipe.

"Pedi ao ministro da Defesa e Ordem Interna e ao Ministro das Obras Públicas, Infraestruturas e Recursos Naturais, e junta das empresas privadas para achar meios alternativos para encontrarem uma solução rápida para o problema”, afirmou.

Os meios de transporte de combustíveis perderam-se na altura do naufrágio do navio Anfrititi, ocorrido ao largo do Príncipe, a 25 de Abril passado.

Numa entrevista de cerca de uma hora à imprensa, o primeiro-ministro sublinhou que retomar o processo de construção de um porto na região do Príncipe vai resolver este problema.

-0- PANA RMG/IZ 19 Maio2019