Agência Panafricana de Notícias

Restos mortais de general Ben Ben chegam a Luanda

Luanda, Angola (PANA) - Os restos mortais do general Arlindo Chenda Isaac Pena "Ben Ben", ex-vice chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas Angolanas (FAA) falecido há vinte anos na África do Sul, por doença, chegaram quinta-feira à tarde à capital angolana, Luanda.

Na base área de Luanda, presenciaram a chegada da urna com o restos mortais de Ben Ben o ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, Pedro Sebastião, o ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Francisco Queiroz, entre outros membros do Executivo, familiares, deputados à Assembleia Nacional e responsáveis políticos.

Já no quartel do Exército, onde decorrem as exéquias fúnebres, Ernesto Betalela Pena, irmão do malogrado, agradeceu o gesto do Presidente da República, João Lourenço, que, a pedido da família, permitiu o regresso do corpo de Ben Ben a Angola, para um enterro condigno.

De igual modo, agradeceu às autoridades sul-africanas pela sua prontidão na exumação do corpo e outros procedimentos para o seu repatriamento.

O programa das exéquias reserva, para a noite desta quinta-feira, uma missa de corpo presente com familiares e amigos e várias autoridades.

Para sexta-feira, o programa inicia-se às 09:00 horas locais e estão reservadas homenagens dos titulares dos órgãos de soberania, deputados à Assembleia Nacional, membros do Executivo, magistrados judiciais e do Ministério Público, entre outras entidades.

De acordo ainda com o programa das exéquias, os restos mortais serão sepultados a 15 do corrente mês, no cemitério do Lupitanga, no município do Andulo, na província central do Bié.

Ben Ben faleceu a 18 de Outubro de 1998 na África do Sul, por doença.

Para o ministro Francisco Queiroz, a transladação dos restos mortais de Ben Ben concorre para unidade e reconciliação nacional, e corresponde à vontade do Presidente João Lourenço de reconciliar a grande família angolana e reforçar a unidade nacional.

Discursando em Pretória, África do Sul, na cerimónia de transladação, o governante sublinhou que a transladação é um ato humanitário para com a família do malogrado general Ben-Ben, especialmente a sua mãe, Judith Pena, com idade avançada, "que manifestou o desejo de assistir ao funeral do filho na sua terra natal, em companhia dos seus familiares e num ambiente cultural e tradicional adequado".

Para as FAA, destacou o ministro, o ato reveste-se de um grande significado militar, por se tratar de um camarada de armas que tombou por doença e que não teve as honras militares fúnebres correspondentes.

Quando da sua morte, em 1998, Angola se encontrava num contexto de tensões, bloqueios e hostilidades entre filhos da mesma pátria, o que inviabilizou a transladação dos restos mortais do antigo chefe adjunto do Estado Maior das FAA, segundo o governante.

Em nome do Governo de Angola e da família do oficial general, o ministro agradeceu à África do Sul e ao Presidente Ciryl Ramaphosa, pela pronta resposta "a este desejo de humanidade, cujo gesto está em linha com os profundos laços de amizade que unem os dois povos".

O repatriamento dos restos mortais de Ben Ben foi solicitado pelo Presidente João Lourenço em carta endereçada ao seu homólogo sul-africano, Cyril Ramaphosa.

-0- PANA ANGOP/IZ 13set2018