Agência Panafricana de Notícias

Reservas internacionais líquidas de Cabo Verde sobem a 623 milhões de euros

Praia, Cabo Verde (PANA) - As reservas internacionais líquidas de Cabo Verde ascendiam, em 30 de agosto último, a 623 milhões de euros, sendo 68 por cento em euros e 32 por cento em dólares, dando para 5,4 meses de importação, anunciou o governador do Banco de Cabo Verde (BCV), João Serra.

,apurou a PANA, segunda-feira, na cidade da Praia, de fonte segura.

Falando com jornalistas no final do primeiro encontro de gestão de reservas dos Bancos Centrais dos Países de Língua Portuguesa, que decorreu durante dois dias na capital cabo-verdiana, o governador do BCV disse que, além do euro e do dólar, o país está a estudar a possibilidade de ter reservas externas líquidas em moeda chinesa e em ouro.

“Estamos a estudar internamente as possibilidades que podemos ter, para além dos ativos em euros e em dólares. Atualmente, o ouro é um ativo de refúgio, está a rentabilizar um pouco mais do que os ativos em euros e em dólares. Vamos também ver se será possível negociarmos com a moeda chinesa”, precisou.

João Serra disse que o país está a estudar a possibilidade de ter reservas líquidas em moeda da China (renmimbi), país que “se tornou numa das maiores potências económicas mundiais”.

“Os ativos chineses estão a render um pouco mais, e temos estas possibilidades”, referiu o governador, enfatizando, porém, que o BCV “vai continuar a ser um investidor com um perfil conservador e não especulativo”.

O objetivo, disse, é “não correr qualquer tipo de risco, tendo em conta a função fundamental das reservas externas para a sobrevivência de Cabo Verde, enquanto país soberano”.

Para o governador do BCV, o stock de reserva é “muito confortável”, garantindo a paridade fixa do escudo cabo-verdiano face ao euro, a importação de bens e serviços e a possibilidade de o país regularizar a sua dívida externa.

Entretanto, face à “conjuntura adversa”, nomeadamente com taxas de juro negativas, João Serra disse que o país, com assistência dos bancos centrais de Portugal, do Luxemburgo entre outros, está a analisar as formas de manter o valor das reservas, impedindo a sua redução, por falta de rentabilização.

“Estamos com uma situação relativamente confortável. Naturalmente, não podemos dormir à sombra da bananeira, temos que continuar a acompanhar a evolução ao nível internacional, mas também ao nível interno porque as reservas cambiais são essenciais para que Cabo Verde continue a existir enquanto país”, afirmou o governador do BCV.

-0- PANA CS/DD 02out2019