Agência Panafricana de Notícias

Representante dos Estados Unidos nas Nações Unidas esperada em Cabo Verde

Praia, Cabo Verde (PANA) – A representante permanente dos Estados Unidos nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, é esperada, este domingo, em Cabo Verde para uma visita oficial.

Durante a sua estadia, a diplomata norte-americana irá abordar com as autoridades locais a questão da segurança alimentar, disse a fonte.

De acordo com uma nota de imprensa do Gabinete de Comunicação e Imagem do Governo cabo-verdiano, a visita de Linda Thomas-Greenfield insere-se num périplo que, de Cabo Verde, a levará também ao Uganda, Gana, visando reforçar as relações entre os Estados Unidos e África.

A tambem membro proeminente do Gabinete do Presidente norte-americano, Joe Biden, traz no topo da sua agenda a questão da segurança alimentar, sobretudo os esforços que o seu país tem feito para mitigar a insegurança alimentar derivada da guerra na Ucrânia.

“O foco estará centrado na subida de preços dos produtos alimentares, da energia e de combustíveis, do engajamento do seu país na mitigação face às populações, bem como as mudanças climáticas, secas e inundações severas, a covid-19 e o aumento dos conflitos no continente”, lê-se no comunicado.

Do programa da visita consta ainda um encontro com as autoridades cabo-verdianas para discutir as respostas que os Estados Unidos têm dado a essas crises, inclusive por meio de um “Roteiro para a Segurança Alimentar Global”, e os compromissos assumidos que visam afirmar e fortalecer as relações de parcerias com os líderes e povos africanos.

A visita da diplomata norte-americana  será ainda a ocasião para se evocar a cimeira Estados Unidos/África, aprazada para dezembro próximo e na qual  participara o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva.

Em declarações antes de empreender esta viagem, a diplomata norte-americana anunciou que se ia reunir na cidade da Praia com o chefe do Governo cabo-verdiano e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Figueiredo Soares.

"Discutiremos todo um leque de assuntos relacionados com a nossa parceria, tanto bilateral como multilateral. Cabo Verde tem sido um parceiro incrível para nós. E parte da minha visita é também realmente destacar essa parceria. E agradecer aos líderes cabo-verdianos essa parceria e essa amizade", declarou Linda Thomas-Greenfield, aos jornalistas.

A diplomata destacou que Cabo Verde é "um importante parceiro" dos Estados Unidos e que a sua visita ao arquipélago, este domingo, será "uma oportunidade para se envolver com os parceiros no terreno."

Sobre a visita aos três países em geral, e apesar de assuntos locais em cada um, a embaixadora norte-americana na Organização das Nações Unidas (ONU) sublinhou que o "principal objetivo é ouvir, para poder entender melhor as preocupações dos ugandeses, ganeses e do povo de Cabo Verde, e partilhar essas preocupações" no regresso.

"Estou ansiosa para discutir as prioridades mútuas, para continuar uma conversa que venho tendo em Nova Iorque (Estados Unidos)) sobre os esforços para mitigar a insegurança alimentar, que está no topo da nossa agenda para esta viagem", anunciou.

Linda Thomas-Greenfield reforçou que embora a "insegurança alimentar seja uma crise global", todos sabem que "atingiu particularmente África". Os altos preços da energia, mudanças climáticas, "incluindo secas e inundações severas", a pandemia de covid-19 "e o aumento dos conflitos combinaram-se para levar milhões de pessoas ao limite", enfatizou.

"A guerra de agressão ilegal e imoral de Putin (Presidente da Rússia) na Ucrânia só aumentou essa crise, especialmente por alguns países de África receberem até 75 por cento do seu trigo da Rússia e da Ucrânia", lamentou.

A combinação destes fatores já conduziu a uma situação de emergência única e "desesperante", por se tratar de um "ciclo vicioso" que "urge parar antes que saia de controlo."

"A pior crise de segurança alimentar que já vi em toda a minha carreira. E eu tenho uma carreira muito longa. As pessoas estão morrendo de fome, sem culpa própria, algumas forçadas a viajar longas distâncias na esperança de encontrar ajuda humanitária em algum lugar. Os preços dos alimentos e do petróleo estão a subir. As taxas de desnutrição estão a subir. E as crianças estão a morrer", lamentou.

-0- PANA CS/DD 06agosto2022