Agência Panafricana de Notícias

Reforma do ensino técnico afeta empregabilidade em Moçambique

Maputo, Moçambique (PANA) – O processo de reforma em curso no ensino técnico-profissional em Moçambique contribuiu para reduzir a taxa de empregabilidade dos recém-graduados que ronda atualmente os 42 porcento, revelam dados de recentes pesquisas sobre a matéria.

Segundo dois estudos feitos pelo sistema de ensino técnico, 42 porcento dos recém-graduados conseguem emprego nos primeiros seis meses de cada ano, depois de lançados ao mercado laboral, cifra que constitui uma redução se se tomar em conta que, há quatro anos, "o universo de estudantes bem-sucedidos chegou a atingir os 47 porcento".

Espera-se, todavia, que se volte a registar melhorias à medida que os empregadores tiverem mais informação sobre a essência da reforma do ensino técnico e na medida em que terão em mente a verdadeira dimensão das competências dos graduados, indicam as pesquisas.

Este dados foram divulgados pelo diretor nacional adjunto do Ensino Técnico-Profissional (ETP), José Filimone, em entrevista à agência moçambicana de notícias (AIM), no âmbito dos preparativos para o ano letivo prestes a arrancar e para o qual concorreu um universo de 24 mil candidatos à admissão.

O sistema encontra-se, atualmente, a trabalhar no processo de apuramento dos admitidos, para o ano letivo 2016, assim como na análise do desempenho das instituições no ano findo e o seu alargamento para outros quadrantes do território nacional.

O país conta até agora com 130 escolas de Ensino Técnico-Profissional.

Filimone falou da importância das reformas em curso no Sistema Nacional de Ensino Técnico- Profissional, afirmando que as mesmas estão centradas nas vertentes da Reabilitação e Apetrechamento das Escolas; da Componente Curricular e da Capacitação dos Professores.

“As instituições estão em reabilitação e apetrechamento (laboratórios e oficinas) de tal forma que a base de formação dos estudantes seja eficiente”, disse, anotando que os esforços em curso estão voltados para a formação baseada em padrões de competências cujos curricula serão feitos em colaboração com o setor produtivo.

O índice de desemprego em Moçambique é de 30 porcento, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), mas várias organizações internacionais, incluindo o Banco Mundial, estimam em 70 porcento a taxa de desemprego.

O alto índice de desemprego que se faz sentir em Moçambique obriga, na maioria das vezes, a camada juvenil a recorrer à economia paralela, em busca de sobrevivência, não obstante o alto nível de riscos de vária ordem neste setor informal.

-0- PANA IZ 29jan2016