Agência Panafricana de Notícias

Quénia dissuadido de expulsar refugiados para Somália

Nairobi, Quénia (PANA) – As autoridades quenianas foram chamadas a não expulsar refugiados para a Somália devido a confrontos em curso e abusos perpetrados contra os civis nas zonas controladas pelas forças quenianas e pelas suas milícias aliadas.

A Human Rights Watch (HRW), uma organização de defesa dos direitos humanos sediada em Nova Iorque (Estados Unidos), lançou este apelo num comunicado divulgado esta semana na capital queniana, Nairobi.

O comunicado realça que, em vez de afirmar que as « zonas recentemente libertadas » são bastante seguras para permitir o regresso dos refugiados, as autoridades quenianas deviam reabrir o centro de controlo em Liboi e retomar o registo de novos refugiados para garantir que eles recebam uma assistência.

« Os violentos confrontos no sul da Somália continuam a representar uma grave ameaça para os civis », indica a nota que cita o diretor da HRW para África, Daniel Bekele.

« Em vez de espalhar informações falsas sobre a segurança das províncias transfronteiriças, o Quénia deverá concentrar-se na ajuda e na proteção dos refugiados », insiste a HRW.

Segundo a HRW, nestes últimos meses, altos responsáveis quenianos pediram aos refugiados somalís para regressar ao seu país, afirmando que eles não correm nenhum risco.

Em meados de março de 2012, o então ministro queniano dos Negócios Estrangeiros, Moses Wetangula, e o seu colega da Segurança Interna, George Saitoti, declararam que o Exército queniano garantia a segurança duma zona no território somalí para os refugiados repatriados, confirmando a declaração do Presidente Mwai Kibaki na Conferência de Londres (Inglaterra) sobre a Somália realizada a 23 de fevereiro último.

O ministro Saitoti declarou que «na sequência da libertação de algumas cidades pelas forças de defesa do Quénia e da Missão da União Africana na Somália (AMISOM), os refugiados podem regressar em segurança ».

No entanto, a HRW indicou que os confrontos continuam nas cidades e nas províncias que o Quénia pretende controlar e que o grupo islamita Shebab mantém uma presença significativa no local.

-0- PANA SEG/FJG/JSG/FK/IZ 31março2012