Agência Panafricana de Notícias

Prtimeiro-ministro santomense deplora sistema nacional de saúde

São Tomé, São Tomé e Príncipe (PANA) – O primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, Gabriel Costa, considerou sexta-feita "insustentável" o setor da saúde do arquipélago, admitindo que o país não está em condições de suportar sozinho os encargos do sistema sanitário nacional.

Intervindo durante uma sessão especial no Parlamento dedicada ao debate sobre esta matéria, Gabriel Costa disse que a maternidade Ayres de Menezes foi o expoente máximo da falta de higiene e que escutou relatos inadmissíveis de médicos, enfermeiros, técnicos e pacientes, no que toca à insalubridade reinante nesta unidade hospitalar.

O chefe do Governo santomense disse que “o calor na maternidade é horrível” com uma cama a ser partilhada por três parturientes, que dão à luz num quarto sob calor infernal.

Gabriel Costa assegurou ter herdado uma dívida de mais de quatro milhões de euros, e que a encomenda de 100 mil dólares americanos de medicamentos reagentes e outros consumíveis hospitalares, feitas para suprir a carência atual, apenas durou três meses.

Face aos encargos com o financiamento dos doentes em tratamento em diferentes unidades hospitalares em Lisboa, capital portuguesa, ele informou que a Embaixada de São Tomé e Príncipe na capital portuguesa se viu obrigada a cortar o financiamento de passes de transporte público e de direito aos pacientes.

Por sua vez, os parlamentares advertiram-no para encontrar medidas que possam mudar o rosto deste domínio.

Do seu lado, o ministro da Saúde e Assuntos Sociais, Leonel Pontes, anunciou na mesma ocasião que uma estratégia de gestão hospitalar está a ser montada para diminuir o roubo de medicamentos por profissionais da saúde.

Tomano a palavra por seu turno, o deputado social-democrata José Vieigas aconselhou o Governo a investir na formação e, sobretudo, na especialização.

Este investimento, a seu ver, permitirá diminuir as despesas com evacuações de pacientes em junta médica para Portugal.

Situado na costa do Golfo da Guiné, São Tomé e Príncipe tem apenas 54 médicos no sistema nacional de saúde para 180 mil habitantes, número considerado por peritos insignificante.

-0- PANA RMG/DD16mar2013