Agência Panafricana de Notícias

Próximos de ex-Presidente Compaoré impedidos de deixar Burkina Faso

Ouagadougou, Burkina Faso (PANA) – Dois próximos do ex-Presidente burkinabe, Blaise Compaoré, foram impedidos sábado de deixar o país, soube-se junto da sua formação política.

Trata-se de Achille Tapsoba e Théodore Zambendé, respetivamente, presidente interino e tesoureiro do Congresso para a Democracia e Progresso (CDP), partido do ex-Presidente Compaoré, que foram desembarcados sábado dum avião a caminho de Abidjan, na Côte d’Ivoire, onde se encontra o antigo chefe de Estado desde a sua destituição, em 2014.

Segundo os interessados, agentes da Polícia Especial do aeroporto deram a ordem de descer do avião, enquanto o aparelho se aprestava a descolar para Abidjan.

« Eu não fui objeto de nenhuma notificação jurídica ou política de ninguém. Eu não vejo a razão pela qual vão impedir-me de viajar livremente », protestou o presidente interino do CDP, denunciando uma "violação das liberdades das pessoas e dos bens bem como dos textos internacionais que o Burkina Faso ratificou”.

Após a sua destituição, na sequência duma insurreição popular, em finais de outubro de 2014, Blaise Campaoré refugiou-se na Côte d’Ivoire, que lhe ofereceu a nacionalidade.

Muitos próximos seus estavam detidos, mas, há algumas semanas, alguns deles obtiveram liberdades provisórias, suscitando a incompreensão no seio duma parte da população.

Na quinta-feira passada, algumas dezenas de pessoas manifestaram-se diante das instalações do Palácio de Justiça, em Ouagadougou, contra a libertação « a todos os níveis » dos antigos dignitários do deposto regime de Blaise Compaoré.

“Temos de garantir a segurança do país, e, à luz do papel que algumas pessoas desempenharam em relação à desestabilização do país, não é com alegria que constatamos que algumas pessoas foram libertas », declarou o ministro burkinabe da Justiça, Réné Bagoro.

Ele indicou além disso que todos os reclusos que beneficiaram duma liberdade provisória apresentaram certificados médicos.

“Tal como existem procedimentos que permitem deter alguém, também esta pessoa têm a possibilidade de, a qualquer momento, pedir a sua liberdade provisória", sublinhou.

-0- PANA NDT/JSG/FK/IZ 6junho2016