Agência Panafricana de Notícias

Professores senegaleses decretam greve

Dakar, Senegal (PANA) – O Sindicato dos Professores do Senegal retomou esta quarta-feira a sua greve de 48 horas renováveis, paralisando o funcionamento das escolas primárias e secundárias públicas doravante ameaçadas por um ano letivo inválido.

Entre as reivindicações do sindicato figura a regularização da situação de quase 80 mil professores temporários e o pagamento dos seus salários em atraso, alguns dos quais datam de antes de 2006.

O sindicato pede igualmente o respeito pelos acordos assinados em 2012 entre os professores e o Governo sobre, entre outros, a melhoria das suas condições de trabalho e o pagamento dos seus subsídios.

Ao reagir à crise que atravessa a educação há várias semanas, o Presidente Sall criticou fortemente terça-feira em Dakar os sindicatos de professores.

« Todos os dias eles querem pressionar-nos para a satisfação das suas reivindicações. Isto já não pode continuar. Se eles querem um ano inválido teremos, mas acho que não chegaremos a isso », declarou o Presidente Sall.

« Vocês são uma minoria, 120 mil pessoas que querem fazer refém o país. Dizemos não. Devemos dialogar no sentido das responsabilidades e das possibilidades do país”, acrescentou o Presidente senegalês.

Falando durante um conselho presidencial consagrado ao plano de ações do Pacto Nacional de Estabilidade Social e Emergência Económica, Sall instou os professores a serem mais flexíveis nas suas reivindicações e a aceitar fazer concessões.

Na presença de vários líderes de centrais sindicais, ele afirmou que o total dos salários dos funcionários está avaliado em 750 biliões de francos CFA (1 bilião 227 milhões de dólares americanos), ou seja metade do orçamento nacional, e apelou aos professores grevistas a demonstrar patriotismo e responsabilidade para salvar a educação senegalesa.

« A minha convicção é que devemos estabelecer um diálogo permanente entre atores. Eu insto os professores a trabalhar com o Estado sobre as condições da suspensão da sua decisão de greve e estudar a possibilidade de dar a oportunidade a todos os filhos deste país”, disse o Presidente senegalês.

-0- PANA AAS/JSG/FK/TON 22abril2015