Agência Panafricana de Notícias

Produto Interno Bruto de Cabo Verde baixa 0,5 porcento

Praia, Cabo Verde (PANA) - O Produto Interno Bruto de Cabo Verde registou wm 2011 uma taxa de crescimento estimada em 5,1 porcento contra os 5,6 porcento de 2010, apurou a PANA esta terça-feira na cidade junto do Banco Central Cabo-verdiano (BCV).

O Relatório sobre a Política Monetária, divulgado pelo governador do Banco Central de Cabo Verde, Carlos Burgo, considera que, apesar desta ligeira redução do PIB, a economia cabo-verdiana tem-se mostrado resistente à crise financeira na Zona Euro.

“Este crescimento foi essencialmente suportado pela dinâmica do investimento empresarial privado e pelo bom desempenho do setor do turismo”, esclarece o documento.

Segundo a fonte, o abrandamento do ritmo de crescimento da atividade económica no ano findo “refletiu a acentuada queda da procura externa líquida, consequência do forte aumento das importações de bens e serviços”.

O documento indica ainda que a taxa de inflação, durante 2011, refletiu os aumentos dos preços internacionais de bens energéticos e alimentares transformados, mas começou a inverter a tendência altista nos primeiros meses de 2012, quando atingiu, em março, o valor de 4.1 por cento (em comparação com os 4.5 por cento registados em Dezembro do ano transato). “Porém, espera-se que, em virtude dos recentes aumentos das tarifas de eletricidade e água e dos transportes públicos e marítimos, a tendência altista dos preços volte temporariamente a se manifestar”, alerta o relatório.

O texto revela que as contas externas se deterioraram "significativamente" em 2011, face à aceleração das importações de bens, da expressiva queda das transferências oficiais e da redução das exportações dos serviços de transportes aéreos, num contexto de diminuição do investimento direto estrangeiro e dos desembolsos líquidos da dívida pública externa.

Em consequência, lê-se no documento, as reservas internacionais líquidas do país caíram 33 milhões de euros, passando a garantir 3,2 meses de importação (quando em 2010 garantiam 4,2 meses).

Entretanto, estimativas preliminares apontam para uma melhoria das contas externas nos três primeiros meses de 2012, determinada pela aceleração das receitas de turismo, pela redução das importações de mercadorias e pelo aumento do aprovisionamento de combustíveis e víveres em portos e aeroportos internacionais.

A evolução das contas externas em 2011, "resultando numa queda expressiva dos ativos externos líquidos", determinou o crescimento moderado da massa monetária.

O documento apresentado à imprensa pelo governador do BCV, esclarece que, num contexto de agravamento do enquadramento externo, a política orçamental do arquipélago orientou-se no sentido da contenção das despesas e da melhoria da eficiência tributária, principalmente no segundo semestre de 2011, permitindo assim reduzir o défice orçamental em 2,2 pontos percentuais do PIB, para 10,1 porcento.

De acordo ainda com o BCV, o défice das contas públicas foi financiado tanto com recurso ao endividamento interno como externo, cujos estoques atingiram os 20,3 porcento e 67,2 porcento do PIB.

O relatório monstra também que, nos primeiros meses do ano em curso, a situação orçamental do país evidenciou algum agravamento, fruto do forte abrandamento dos donativos e das receitas fiscais.

“Com base na evolução económica recente e num conjunto de pressupostos da evolução dos principais indicadores económicos e financeiros nacionais e internacionais, e não obstante o elevado grau de incerteza, as projeções macroeconómicas para os próximos três meses de 2012 apontam para um crescimento moderado da atividade económica nacional (com um crescimento esperado no intervalo de 4 porcento a 5 porcento)”, perspetiva o Banco Central Cabo-Verdiano.

A instituição alerta também que, tendo em linha de conta “as perspetivas pouco favoráveis da conjuntura externa, incluindo as dificuldades do mercado de trabalho dos países de acolhimento da emigração cabo-verdiana e a escalada dos preços dos combustíveis, a taxa de inflação, este ano, em Cabo Verde. deverá situar-se no intervalo de 3,5 porcento a 4,5 porcento.

Por sua vez, as reservas externas deverão garantir 3,1 meses de importações.

-0– PANA CS/DD 15maio2012