Agência Panafricana de Notícias

Processo de graduação de Angola a país de rendimento médio é irreversível, diz diplomata

Luanda, Angola (PANA) - O processo de graduação de Angola a País de Rendimento Médio é irreversível, decorrente dos propósitos delineados para o desenvolvimento, considerou hoje, segunda-feira, em Luanda a secretária de Estado para a Cooperação do Ministério das Relações Exteriores, Ângela Bragança

A diplomata fez este pronunciamento quando falava em conferência de imprensa sobre o processo de preparação de Angola para País de Rendimento Médio.

Questionada sobre as vantagens para o país, ela disse ser “muito mais cómodo para um país que se quer inserir na economia mundial, que quer estar integrado no contexto da própria economia mundial, competitiva e globalizada, que ela esteja noutro escalão”.

Disse ainda que Angola fez um apelo grande ao investimento estrangeiro e, estando numa condição de país de renda baixa, enfrentará mais dificuldades, uma vez que, frisou, são exigidas outras garantias.

Argumentou que este processo “vai abrir também a Angola outras possibilidades de competir e inserir-se de uma maneira muito mais igualitária na economia mundial”.

Afirmou que este processo de transição trará sempre um impacto, nomeadamente em alguns programas onde exista uma presença mais forte das Nações Unidas.

“Nós sabemos que há programas do UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância), Fnuap (Fundo das Nações Unidas para a População) e de todas as agências da ONU que trabalham com instituições nacionais e ONG (Organizações Não Governamentais), dai que a estratégia de transição deva ser suave a fim de permitir que, por um lado , as instituições nacionais se organizem e se preparem para este processo”, ressaltou.

De igual modo, acrescentou, “cada vez mais haverá da parte do orçamento nacional uma resposta para que o país possa assumir as suas responsabilidades no que concerne à melhoria das condições de vida das populações”.

Fazendo uma resenha sobre o processo de evolução do país, ela referiu que em 1994 Angola passou à categoria de país menos desenvolvido, dado que os indicadores eram compatíveis com os critérios da ONU.

Com isso, Angola passou a beneficiar de ajuda pública ao desenvolvimento, de isenções e subvenções próprias no âmbito do sistema das Nações Unidas.

Alcançada a paz, em 2002, e tendo em conta os esforços para o desenvolvimento, com o programa intenso de recuperação de infraestruturas, em setembro de 2012, Angola solicitou formalmente o pedido para a graduação a País de Renda Média.

Entre os critérios para que os países possam ser graduados está a existência de um Produto Interno Bruto acima dos mil e 100 dólares americanos, a melhoria do indice de vulnerabilidade económica e do índice de desenvolvimento humano, deu a conhecer a diplomata angolana.

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