Agência Panafricana de Notícias

Prisão em Cabo Verde com 28 casos da covid-19

Praia, Cabo Verde (PANA) - Os 28 casos positivos do novo coronavírus identificados, segunda-feira, na ilha cabo-verdiana de São Vicente, foram registados no Estabelecimento Prisional da Ribeirinha, onde faleceu semana passada um recluso de nacionalidade sueca vítima da covid-19, apurou a PANA de fonte oficial.

Na sequência deste óbito, um grupo de cerca de 30 a 40 pessoas que estão ligadas à instituição foram alvo de um inquérito epidemiológico que permitiu detetar os 28 casos, segundo o diretor Nacional da Saúde, Jorge Barreto. 

O responsável sanitáio avançou que a Delegacia da Saúde está em articulação “estreita” com a instituição penitenciária e as medidas já foram tomadas em termos de mitigação.

“Pelas informações que nós tivemos, há dias, houve algumas pessoas que tiveram a necessidade de serem levadas ao hospital mas que não têm uma situação de gravidade. É um resultado decorrente da investigação”, disse o responsável.

O diretor nacional da Saúde assinalou que, tal como aconteceu também no estabelecimento prisional da Praia, o que se verifica agora, em São Vicente, é algo que pode ocorrer, tendo em conta que o risco de contaminação existe nas cadeias, apesar de todas as medidas que são tomadas para mitigar o risco de propagação da doença.

“O importante é identificar os casos, isolá-los e tomar as medidas que devem ser tomadas. Mas, as pessoas passam bem de acordo com as informações que nós tivemos”, acrescentou.

Segundo Barreto, a Cadeia Civil em São Vicente não tem recebido visitas, há algum tempo, mas, recordou, há necessidade de saída das pessoas, nomeadamente reclusos, para consultas médicas, o que poderá ter originado o contágio naquela estabelecimento prisional.

Em agosto passado, a Cadeia Civil de São Martinho, a maior penitenciária de Cabo Verde, tinha registado mais 25 novos casos da covid-19, que surgiram na sequência das nove primeiras infeções anunciadas neste estabelecimento prisional e da sua consequente investigação epidemiológica para testar os contactos.

As autoridades sanitárias consideraram, na altura, que a sobrelotação da cadeia favoreceu o aparecimento destes casos, com riscos acrescidos em relação à transmissão, pelo que foram tomadas todas as medidas para evitar novos contágios..

 “As cadeias têm um plano de contenção a nível nacional, com medidas muito rigorosas. Os presos, às vezes, são chamados para os tribunais, saem da prisão, depois voltam e, quando adoecem, são levados para os hospitais. Já aconteceu que algum se tenha contaminado a nível do hospital e há esse risco acrescido”, assinalou.

-0- PANA CS/IZ 08dez2020