Agência Panafricana de Notícias

Primeiro-ministro sudanês saúda esforços de França para paz no Sudão

Cartum, Sudão (PANA)  - O primeiro-ministro sudanês, Abdullah Hamdouk, saúda os esforços envidados pela França para a paz no Sudão. 

Hamdouk aludia, segunda-feira, no Eliseu (Palácio Presidencial da França), em Paris, a um encontro entre ele e o chefe rebelde sudanês obcecado, Mohamed Nor, atualmente auto-exilado em França.

Durante uma conferência de imprensa conjunta com o Presidente francês, Emmanuel Macron, Hamdouk declarou que a organização desta reunião traduz a preocupação do Governo francês de ver a paz voltar ao Sudão e o seu apoio à segurança e estabilidade no país.

A visita do primeiro-ministro sudanês esteve prevista para o início de setembro último, mas foi protelada pela Presidência francesa, devido a um calendário interno.

O adiamento foi percebido como um enorme golpe em Cartum, em particular nos media sociais, e deu motivos aos contrarevolucionários para zombarem de Hamdouk.

Os dois dirigentes reunir-se-ão finalmente segunda-feira em Paris, França, depois de ambos terem presenciado a recente reunião das Nações Unidas.

Nessa ocasião, Hamdouk comparou a revolução sudanesa à revolução francesa (de 1789 a 1799) com os seus lemas de "fraternidade", "igualdade" e "liberdade".

Hamdouk felicitou França por ter acolhido mais de 30 mil expatriados sudaneses da diáspora.

Acrescentou que Cartum vai  trabalhar para criar uma atmosfera propícia suscetível de  incitar os Sudaneses a regressarem à pátria em vez de se refugiarem em países estrangeiros, resultado da política repressiva do regime do deposto Presidente Omar El-Bashir, derrubado por um golpe de Estado militar em abril de 2019.

O primeiro-ministro sudanês sublinhou que a mudança ocorrida no Sudão é uma mudança autêntica e profunda, conducente à transformação democrática tão almejada, para permitir ao Sudão recuperar a sua posição de líder aos níveis regional e internacional.

Nor, cofundador do Exército/Movimento de Libertação do Sudão em 2003, exilou-se em França, enquanto suas forças e seus apioantes estão em Darfur, no oeste do Sudão, principalmente em campos de refugiados e de pessoas deslocadas.

Ele recusou-se a reconhecer a revolução em curso e o Governo saído dela.

Afirmava que se ia reunir com Hamdouk enquanto um simples cidadão sudanês e não enquanto primeiro-ministro do Sudão.

-0- PANA MO/VAO/ASA/BEH/SOC/FK/DD  1out2019