Agência Panafricana de Notícias

Presidente tunisino preocupado com eventos na Líbia

Túnis, Tunísia (PANA) – O Presidente tunisino, Beji Caid Essebsi, afirmou a preocupação da Tunísia em relação aos eventos na Líbia, reiterando o seu apelo a “todos os irmãos líbios” para observarem um cessar-fogo, voltarem à mesa das negociações e do diálogo e colocarem finalmente os interesses superiores do seu país acima de todas as outras considerações.

O apelo de Essebsi consta dum comunicado presidencial, publicado segunda-feira no termo de uma audiência que concedeu ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Khemaies Jhinaoui, com quem abordou os últimos desenvolvimentos da situação na Líbia.

"A Tunísia está à equidistância de todas as partes em conflito e não tem nenhuma agenda na Líbia, senão o regresso da segurança e da estabilidade ao país. O único interesse da Tunísia é ver a Líbia restabelecer a sua estabilidade, retomar o seu lugar natural e preservar a sua unidade, disse o Presidente tunisino, citado na nota.

Vários observadores vêem, nas declarações do Presidente tunisino, uma resposta às declarações do movimento Ennehdha e o ex-chefe do Estado tunisino, Moncef Marzouki (2011-2014) que se posicionaram totalmente a favor duma parte em detrimento da outra no conflito líbio, contrariamente à posição oficial anunciada pela Tunísia.

O Movimento Ennahda é um partido político da Tunísia,  nascido em 1981, com o nome de Movimento de Tendência Islâmica, inspirando-se na Irmandade Muçulmana do Egito e, também, na Revolução Islâmica do Irão de 1979.

A diplomacia tunisina, depois da insurreição popular de 2011, que derrubou o então regime de Ben Ali, depois de 24 anos de poder ditatorial, foi influenciada pela atitude das personalidades como Rached Ghannouci, chefe de Ennehdha (pro-islamista) e Marzouki, que lideraram o país durante a governação da Troika, num falso jogo de alianças, antes de se caraterizar, depois de destituída a Troika, por posições hesitantes, permitindo assim a outras partes imporem uma política da realidade do terreno, em detrimento da política oficial então gisada.

Fontes próximas da Presidência tunisina indicam que o Presidente Essebsi "está dececionado" com as tentativas do movimento Ennehdha de levar a cabo uma diplomacia paralela à do Governo, mesmo sabendo que a política externa do país é do domínio do Presidente da República, segundo a Constituição.

-0- PANA YY/IN/TBM/MAR/DD 13maio2019