Agência Panafricana de Notícias

Presidente moçambicano aposta em unidade e paz entre Moçambicanos

Tambara, Moçambique (PANA) - O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, apontou quinta-feira a unidade entre os Moçambicanos como base fundamental na marcha rumo ao desenvolvimento notado no país desde o fim da guerra civil que, durante 16 anos, dilacerou o tecido socioeconómico.

Falando durante um comício, Guebuza apelou a todos os concidadãos para trabalharem, sem ter mãos a medir, na sua reconstrução.

O comício teve lugar no Posto Administrativo de Nhacolo, distrito de Tambara, ponto de entrada à província central de Manica, onde o chefe de Estado efetua uma vista de quatro dias, devendo escalar subsequentemente nos distritos de Bárue, Mossurize e na cidade de Chimoio, capital provincial.

“Uma nação tem de estar unida para poder vencer os desafios na caminhada para o desenvolvimento”, disse o Presidente, anotando que a unidade consolida a paz, permitindo ao desenvolvimento dar passos mais largos, porque ela (unidade) foi coisa importante ontem, é importante hoje e também será amanhã, daí a indispensabilidade da sua manutenção e preservação", declarou.

Tambara, distrito mais a norte da província de Manica e dista a cerca de 400 quilómetros da cidade de Chimoio, com uma população estimada em mais de 42 mil habitantes, ainda se debate com problemas como a fraca rede sanitária, difícil acesso a água potável apesar da proximidade com o rio Zambeze, o maior de Moçambique.

Outras inquietações têm a ver com a falta de pontes em algumas das bacias que atravessam a principal rodovia conducente à sede distrital (Nhacolo), sem acesso à energia eléctrica à semelhança do distrito de Macossa.

A este leque de dificuldades, juntam-se ataques por crocodilos contra mulheres e crianças sempre que vão ao leito do Zambeze em busca do precioso líquido, entre outras privações.

O distrito, com caraterísticas semiáridas, vive essencialmente da pecuária, pesca e uma agricultura de pequena escala praticada nas ilhas do majestoso Zambeze, mas que, quando chega o período de cheias, a fúria das águas mina qualquer empreendido pelas comunidades.

Aliás, no período chuvoso, o distrito fica isolado do resto da província porque as águas do rio Mwira, um dos afluentes do Zambeze, além de aumentar o nível e a velocidade das águas, transbordam impedindo, por conseguinte, quaisquer tentativas de desafiar a sua ferocidade.

Apesar de reconhecer todas essas vicissitudes que enfermam o distrito, Guebuza sublinhou que Tambara registou, nos 10 anos da sua governação, transformações como reabilitação e construção de estradas, de escolas onde as crianças aprendem a ler e escrever, carros, motorizadas entre outras realizações.

No entanto, disse o Presidente, quando se resolve um problema surge outro e a sua solução de forma contínua passa pela união dos Moçambicanos, como um só povo, devendo estes pegar nas tribos, raças, tradições, canções, religiões e considerar todos esses processos como fatores de desenvolvimento.

Na ocasião, o Presidente abriu espaço para o seu sucessor nas fileiras do partido no poder, Frelimo, Jacinto Nyusi, candidato às eleições gerais de outubro próximo, dirigir-se a centenas de pessoas presentes no comício.

Nyusi, por seu turno, apresentou um discurso metafórico onde classificou os Presidentes Samora Machel, Joaquim Chissano e Armando Guebuza como obreiros que deram início a um projeto de construção de um edifício de quatro andares denominado Moçambique.

O candidato da Frelimo pretende dar continuidade ao projeto iniciado pelos três dirigentes e, para o efeito, conta com a vontade dos Moçambicanos que, no dia 15 de outubro, deverão expressar o seu sentimento na escolha dos futuros quadros que vão liderar os destinos do país.

Nyusi destacou a paz como espaço onde brota a semente do patriotismo, apesar de haver pessoas que desrespeitam esse ponto de vista, sublinhando que esforços continuarão a ser feitos para trazer esses indivíduos para o lado da maioria.

O candidato da Frelimo disse, por exemplo, não entender porque algumas pessoas preferem ostracizar-se do convívio da maioria e procurar refúgio em lugares repulsivos, donde orientam ações belicistas cuja principal vítima é o cidadão.

Prometeu no entanto não ficar com ódio contra elas por ele ser tolerante à semelhança de muitos Moçambicanos.

-0- PANA AIM/LE/DT/IZ 20junho 2014