Agência Panafricana de Notícias

Presidente maliano defende Carta Africana de Compensação Solidária

Bamako- Mali (PANA) -- O chefe de Estado maliano, Amadou Toumani Touré (ATT), vai defender esta quinta-feira diante dos seus pares, na Cimeira Mundial sobre as Mudanças Climáticas de Copenhaga, a Carta Africana de Compensação Voluntária e Solidária, com vista a obter para África financiamentos que permitam instaurar projectos de rearborização e desenvolvimento de energias renováveis, soube a PANA de fonte oficial em Bamako.
A compensação carbono visa compensar as emissões de gás com efeito de estufa do Norte ao financiar projectos no Sul que ajudam a reduzir as emissões globais (rearborização, valorização das energias renováveis).
A sua aplicação vai produzir fundos carbono que são parcerias entre compradores e instituições privadas ou públicas.
Estes fundos centralizam os pedidos de créditos por parte dos compradores e prospectam projectos.
Os créditos gerados pelos projectos são então distribuídos aos investidores em proporção da sua participação.
Os fundos podem dar apoio técnico para a elaboração dos projectos para instar os investidores produtivos nos sectores agrícolas e das energias renováveis.
A compensação carbono abrange três bases principais - o projecto deve ser definido e regulamentado pelo Protocolo de Quioto; ele deve abranger a redução de gás com efeito de estufa e deve ser instaurado pelos países do Norte e contribuir para o desenvolvimento duradouro dos países do Sul.
Quanto à compensação voluntária, ela constitui uma adapção simplificada do Protocolo de Quioto: indivíduos ou organizações compram "títulos de carbono" saídos de projectos de redução de emissão de gás com efeito de estufa ou captura carbono.
Estes títulos, denominados também créditos de carbono, servem para compensar as emissões dos compradores.
Além deste projecto, o Mali apresentará igualmente através dum filme documentário as suas soluções de preservação das terras "para mostrar a amplidão das consequências das mudanças climática".
Estas soluções têm essencialmente técnicas culturais e variedades de culturas adaptadas à raridade das chuvas.
Os eixos estratégicos da gestão duradoura das terras abrangem a prevenção da degradação, a preservação e a melhoria da produtividade, a reabilitação das terras degradadas.
O Mali é como os outros países da África Subsariana um dos mais afectados pela mudança climática, cujas consequências se reflectem numa seca endémica desde 1970 no país.