Agência Panafricana de Notícias

Presidente da Comissão da UA enaltece revoluções na Tunísia e Egito

Malabo, Guiné Equatorial (PANA) – As sublevações populares deste ano na Tunísia e no Egito prenunciam a necessidade da consolidação da democracia em África, defendeu domingo em, Malabo, na Guiné Equatorial, o presidente da Comissão da União Africana UA, Jean Ping.

Ping falava na abertura da 19ª sessão do Conselho Executivo da UA, um conclave de ministros africanos dos Negócios Estrangeiros preparatório à 17ª cimeira dos chefes de Estado e de Governo da UA, a decorrer de 30 de junho a 1 de julho em Malabo.

Segundo ele, o continente africano registou nos últimos tempos “avanços notórios” no domínio do “enraizamento da cultura e da governação democráticas”.

A este propósito, citou, entre outros exemplos, o surgimento de um novo Estado no Sudão por via referendária e o regresso à ordem constitucional na Guiné e no Níger.

Na mesma dinâmica, sublinhou, as revoluções ocorridas na Tunísia e no Egito este ano são “anunciadoras da necessidade de um processo que contribua potencialmente para a consolidação da democracia em África”.

Na visão de Ping, estes e outros desenvolvimentos dos últimos tempos demonstram que África começa a assumir-se como potencial “locomotiva” do crescimento mundial num futuro próximo, “depois de ter dado provas de uma capacidade de resiliência extraordinária face à última crise económica e financeira mundial”.

Porém, advertiu, estes « lindos progressos » só poderão ser perenes se for criado um melhor ambiente para uma juventude africana “ativa, dinâmica e criativa, desejosa de ver as coisas mudarem no continente”.

“É em reconhecimento da importância da juventude e para marcar a sua adesão e o seu apoio às mudanças por ela iniciadas que a UA consagrou a presente sessão da Cimeira o tema ‘Acelerar a Capacitação da Juventude para o Desenvolvimento Sustentável”.

Sobre a questão da segurança em geral, regozijou-se com o desfecho positivo da crise ivoriense e anunciou estarem em curso negociações com a Comunidade dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para reconstruir o país.

Neste domínio, manifestou-se, porém, preocupado pela crise persistente na Líbia e pelos desafios que ela representa para os países limítrofes, nomeadamente “o fluxo de refugiados, a deterioração da situação dos trabalhadores migrantes, a proliferação das armas e o espetro do terrorismo”.

Reiterou a sua convicção de que « em última instância, só uma solução política permitirá responder às aspirações legítimas do povo líbio e promover duradouramente a paz neste país”.

-0- PANA IZ 26junho2011