Agência Panafricana de Notícias

Presidente conakry-guineense multiplica apelos à calma

Conakry- Guiné-Conakry (PANA) -- O Presidente interino conakry-guineense, general Sékouba Konate, visitou sucessivamente, sábado à noite, as casas dos dois candidatos à segunda volta das presidenciais, Alpha Condé e Cellou Dalein Diallo, para os exortar a pedir calma aos seus militantes, depois dos confrontos ocorridos na capital, Conakry, e nalgumas localidades do país.
O general Konaté instou os líderes da Coligação do Povo da Guiné (RPG) e da União das Forças Democráticas de Guiné (UFDG) a contribuir na pacificação do país onde, desde sexta-feira, eclodiram incidentes entre os militantes das duas partes depois da notícia do envenenamento dos militantes da RPG, saídos à rua em massa para acolher o seu líder que regressava do interior do país.
Numa declaração emitida pela televisão nacional, o general Konaté advertiu, num tom firme, que seriam abertos inquéritos para se apurar o que aconteceu realmente, e que os culpados e os seus comanditários "serão perseguidos e detidos".
Ele deplorou o novo adiamento do escrutínio, previsto inicialmente para este domingo, depois da primeira data de 19 de Setembro último, anulada devido a "dificuldades técnicas" levantadas pela Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI).
Alpha Condé, que visitou os pacientes, estimados em cerca de 70, nos dois maiores hospitais da capital, apelou para a calma e reafirmou que os produtos consumidos pelos seus militantes, incluindo água, foram envenenados.
Estas informações foram desmentidas pelos apoiantes do seu adversário Cellou Dalein Diallo que acusam o seu opositor e seus aliados de instigar o ódio dos seus militantes contra as pessoas da tribo peul, principalmente militantes do seu partido.
O chefe de Estado interino nomeou terça-feira passada o general maliano Siaka Toumany Sangaré para o posto de presidente da (CENI), em substituição de Louncény Camara, rejeitado por Cellou Dalein Diallo.
Konate criticou o Governo de transição do primeiro-ministro Jean Marie Doré, que, segundo ele, ocupou-se de tudo excepto das eleições, desde a assinatura, a 15 de Janeiro último, dos acordos de Ouagadougou que permitiram instaurar a equipa governamental.
Por seu turno, o primeiro-ministro, que se deslocou igualmente aos hospitais, pediu moderação e calma aos dois campos, lembrando que as suas instruções que proíbem manifestações espontâneas de rua foram violadas.
Ele indicou que "firmes instruções" foram dadas aos gendarmes e aos polícias para impedir, no respeito da lei, qualquer manifestação pública não autorizada e deter os organizadores e os perturbadores.
Ele desmentiu informações dando conta de mortes e violações entre os militantes da UFDG, antes de prevenir das consequências dos confrontos intercomunitários no país "onde as mesmas etnias estão em todas as regiões".