Agência Panafricana de Notícias

Presidente cabo-verdiano “profundamente consternado” com morte do ex-PM do Japão

 

Praia, Cabo Verde (PANA) – O Presidente cabo-verdiano, José Maria Neves, manifestou-se “profundamente consternado” com a morte, nesta sexta-feira, do ex-primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, na sequencia de um atentado.

Na sua página do Facebook, o estadista cabo-verdiano escreveu que o ex- primeiro-ministro do Japão foi "um grande amigo” de Cabo Verde.

José Maria Neves lembra que teve a oportunidade de se encontrar com este último junho de 2013, quando ainda era primeiro-ministro de Cabo Verde.

“Ele mostrou-se como um grande amigo de Cabo Verde e disponível para financiar projetos estruturantes nos domínios da mobilização da água, do agronegócio e das pescas, no quadro de uma forte parceria para o desenvolvimento, que se mantém muito vigorosa, até hoje”, referiu o chefe do Estado cabo-verdiano.

Aproveitou a ocasião para apresentar as suas condolências ao Imperador japonês, ao Governo e ao Povo do Japão, bem como à família enlutada por “esta grande perda”.

O ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe morreu nesta sexta-feira depois de baleado enquanto discursava num comício eleitoral em Nara, uma cidade no oeste do Japão, anunciou o seu partido.

Abe, de 67 anos de idade, foi atingido pelas costas quando fazia um discurso na rua antes das eleições parlamentares de domingo próximo.

O Partido Liberal Democrático (LDP), a que pertencia, anunciou a sua morte após os serviços de saúde terem anunciado que Abe tinha sido levado para um hospital devido a uma paragem cardiorrespiratória.

Um homem de 41 anos de idade, identificado como Yamagami Tetsuya, originário de Nara, foi detido no local do atentado, enquanto segurava uma arma com a qual terá disparado dois tiros contra o antigo líder japonês.

Segundo fontes do Ministério da Defesa japonês, o alegado agressor trabalhou no ramo naval das Forças de Auto-defesa por três anos, até 2005.

Shinzo Abe, que deixou o cargo de primeiro-ministro há dois anos, por razões de saúde, bateu recordes de longevidade na liderança do país e resistiu a numerosos escândalos políticos e financeiros que envolveram também a sua família.

Nacionalista pragmático, ele tinha 52 anos quando se tornou no chefe do Governo japonês pela primeira vez em 2006, tendo sido o mais jovem da história pós-guerra do seu país.

Deixou a sua marca durante o segundo mandato (2012-2020) com uma política ousada de recuperação económica e uma intensa atividade diplomática.

No verão de 2020, quando se tornara impopular, devido à gestão da pandemia da covid-19, considerada desastrosa pela opinião pública, admitiu que sofria de uma doença inflamatória intestinal crónica, colite ulcerosa, tendo-se demitido pouco tempo depois.

Esta doença tinha já sido uma das razões para o fim abrupto do primeiro mandato em 2007.

Shinzo Abe notabilizou-se a nível internacional, sobretudo pela política económica, apelidada de "Abenomics", lançada no final de 2012 e que combinava a flexibilização monetária, estímulos fiscais maciços e reformas estruturais.

-0- PANA CS/DD 08julho2022